Jornais dos EUA querem negociar coletivamente com Google e Facebook
New York Times e Wall Street Journal são os líderes entre os jornais americanos do confronto com Facebook e Google. A News Media Alliance (NMA), formada pelos dois jornais, além de Washington Post e mais de 2.000 publicações impressas e digitais, pediram que o Congresso americano permita que o setor negocie coletivamente com as duas companhias.
O pedido foi realizado na última segunda-feira (10) e quer a isenção temporária das normas antitruste para poder enfrentar “um duopólio que está absorvendo toda a receita publicitária”, ao ponto de controlar “mais de 70% dos US$ 72 bilhões em gastos em publicidade por ano nos Estados Unidos”.
Por outro lado, o Facebook apresentou, também, uma proposta para incluir na ferramenta Instant Articles os veículos que cobram assinatura digital, mas permitem algum tipo de acesso gratuito. Para os veículos, a assinatura se tornou a base do negócio devido a queda da publicidade causada pela ascensão do Google e Facebook.
Em parceria com os veículos de mídia, o Facebook estaria negociando implementar dois formatos já presentes na indústria de jornais: o paywall poroso, que libera dez ou mais textos; e freemium, grupos de conteúdo aberto e fechado. Os veículos controlariam o conteúdo e conseguiriam acessar todos os dados dos assinantes.
O Google, por sua vez, divulgou o financiamento de 107 projetos de jornalismo em 27 países europeus, de jornais como “Publico”, da Espanha, e “Deutsche Welle”, da Alemanha. Em nota, o Google afirmou querer ajudar os veículos jornalísticos a terem sucesso na transação para o digital.
Em 27 de junho, a União Europeia multou o Google em 2,42 bilhões de euros por favorecer seu próprio servidor de comparador de preços. O Parlamento alemão também aprovou uma lei que estabelece multas de até 50 milhões de euros para as redes sociais que não apagarem conteúdo falso, calunioso ou de ódio em menos de 24 horas.
Os jornais americanos, por conta disso, clamam por uma reação semelhante nos Estados Unidos e, por isso, querem a negociação coletiva.
Com informações de Folha de S.Paulo