Jovens desejam shoppings como áreas para encontros

Conhecidos por serem nativos digitais, os jovens da geração Z (nascidos a partir de meados dos anos 90) não querem só se manter isolados na bolha digital, mostra um estudo recente sobre shopping centers. “O Shopping do Futuro”, desenvolvido pela Officina Sophia Retail, e a Officina Sophia Minds & Hearts, membros da holding HSR, em parceria com a Abrasce (Associação Brasileira de Shoppings Centers), revela preferência desse público por grandes áreas para encontros e locais de relacionamento e convivência, e não apenas somente de compras. Como não poderia deixar de ser, a grande maioria também destaca a importância do Wi-Fi grátis em todas as áreas do shopping.

A pesquisa ouviu mais de 1.200 jovens brasileiros e latino-americanos, entre 13 e 18 anos, das classes A, B e C. O objetivo foi entendervalores, necessidades e anseios dessa geração em relação a entretenimento e consumo. Um dos insights é que os shopping centers são reconhecidos pela geração Z pela sensação de acolhimento e segurança que proporcionam. Porém, a configuração atual desses centros está longe de ser unanimidade. Esse mesmo público, levando em conta Brasil e América Latina, com 40% e 41%, respectivamente, imagina e deseja outros formatos para o shopping nos próximos anos.

56% dos brasileiros e 57% dos latino-americanos indicam preferência por grandes áreas para encontros de diferentes pessoas e tribos. Um percentual ligeiramente maior, de 59% e 60%, respectivamente, sinalizam demanda por locais de relacionamento e convivência, sem ser, necessariamente, somente de compras.

“Eles não esperam mais um shopping. Inclusive essa nomenclatura não suportará mais os significados desejados em um shopping do futuro. A expectativa que se desenha é quase a de life centers”, ressalta Valéria Rodrigues, diretora da Officina Sophia Retail.

Para Glauco Humai, presidente da Abrasce, os empreendimentos já estão adaptando seus formatos à nova realidade do consumidor. “Muito mais do que centros de compras, os shoppings têm se transformado em espaços de lazer, núcleos de convivência onde as pessoas vão para passear e se divertir. Prova disso é crescente diversificação do mix, com operações cada vez mais diferenciadas de entretenimento, gastronomia e serviços”, destaca.

Para esse novo espaço de convivência outros pontos também são fundamentais, segundo os entrevistados. 57% deles destacam a importância do Wi-Fi grátis em todas as áreas do empreendimento. Já 46% ressaltam a necessidade do local equilibrar a presença de natureza e tecnologia no mesmo ambiente.

Nas áreas de lazer, os jovens afirmam que cinema, com 44% de menções; espaço para shows, citados por 42%; e locais para jogar campeonatos de games, 39%, são essenciais. Para 51% da geração Z, esses lugares também precisam ser propícios para o encontro de amigos, com inclusão, identificação e coletividade. Cerca de 30% dos entrevistados quer ainda um novo olhar para a oferta de diversão, envolvendo aspectos como fantasia, prazer e recompensa.

Dentro das lojas, as expectativas da geração Z incluem, para 43%, a divisão por categoria de produtos (43%). A presença de lojas com personalização de roupas e provadores digitais são desejadas por 42% e 39%, respectivamente. Já 27% querem livrarias com proposta sustentável. Há também outros anseios para os jovens brasileiros, como locais que promovam prazer e bem-estar (60% de citações), acolhimento (34%). Segundo 28% deles, esses locais devem ser exclusivos, únicos e especiais.

Restaurantes de diferentes culturas é a principal demanda para as praças de alimentação, de acordo com 32% dos pesquisados. E se diferenciando dos 31% dos latino-americanos entrevistados, que vão ao shopping principalmente para comprar, os jovens brasileiros têm no cinema o principal motivo de frequentar esses locais, segundo 30% dos pesquisados.