Justiça quebra sigilo bancário da Borghi

Além da prisão de seu ex-vice presidente Ricardo Hoffman, a Borghi/Lowe teve decretada a quebra de sigilo de suas contas bancárias. A agência está sendo investigada por envolvimento em esquemas de corrupção investigados pela Operação Lava Jato na Petrobras, Caixa Econômica Federal e Ministério da Saúde. Fornecedoras da agência, as produtoras Enoise Estúdios, Luiz Portella Produções, Conspiração Filmes, Sagaz Digital, Zulu Filmes e a BH Serviços de Comunicação também estão obrigadas a abrir as contas por decisão do juiz Sérgio Moro, responsável por conduzir as ações penais da operação comandada pela Polícia Federal.

“Em vista da existência de prova de que as empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes teriam realizado depósitos em contas controladas por André Vargas, com envolvimento da empresa Borghi Lowe, justifica-se a quebra de sigilo bancário e fiscal das referidas empresas, ainda que as primeiras não tenham necessariamente se envolvido de forma intencional nos crimes. Também se justifica a quebra do sigilo da empresa BH Serviços já que de titularidade de Ricardo Hoffmann da Borghi, sendo possível que o mesmo esquema tenha ali sido reproduzido”, diz o despacho do juiz da Lava Jato.

Segundo os documentos, a suspeita é que os contratos estavam cobrindo serviços de fachada para lavar dinheiro ilícito destinado ao ex-deputado do PT do Paraná, André Vargas, cassado no fim do ano passado pela Câmara por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef.

De acordo com informações publicadas no Portal da Transparência, por contrato, a Borghi/Lowe recebeu R$ 111,6 milhões do Ministério da Saúde entre 2011 e 2014.

Em comunicado, o Ministério da Saúde afirma que “os contratos para a realização de campanhas de utilidade pública cumprem todos os requisitos exigidos na legislação de licitação (Nº 8.666 de 21 de junho de 1993). A última concorrência pública ocorreu em 2010 e selecionou quatro agências. Os contratos têm vigência de um ano, podendo ser renovado por até cinco anos”.

Já a Caixa Econômica Federal diz que vai apurar internamente as acusações.

Apesar de ter a quebra do sigilo bancário decretada, a Borghi/Lowe se pronunciou no fim da tarde desta sexta-feira (10) afirmando que a investigação estaria direcionada apenas a um ex-funcionário da empresa e que tem cooperado ao atender a ordem judicial. “Entendemos que as autoridades estão buscando informações quanto a um ex-funcionário. A empresa cooperou ativamente atendendo a ordem judicial e continuará a fazê-lo”, diz a nota da agência.

Saiba mais sobre as consequências da 11ª fase da Operação Lava Jato aqui e aqui.