Justiça quebra sigilo bancário da Borghi
“Em vista da existência de prova de que as empresas E-noise, Luis Portela, Conspiração, Sagaz e Zulu Filmes teriam realizado depósitos em contas controladas por André Vargas, com envolvimento da empresa Borghi Lowe, justifica-se a quebra de sigilo bancário e fiscal das referidas empresas, ainda que as primeiras não tenham necessariamente se envolvido de forma intencional nos crimes. Também se justifica a quebra do sigilo da empresa BH Serviços já que de titularidade de Ricardo Hoffmann da Borghi, sendo possível que o mesmo esquema tenha ali sido reproduzido”, diz o despacho do juiz da Lava Jato.
Segundo os documentos, a suspeita é que os contratos estavam cobrindo serviços de fachada para lavar dinheiro ilícito destinado ao ex-deputado do PT do Paraná, André Vargas, cassado no fim do ano passado pela Câmara por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef.
De acordo com informações publicadas no Portal da Transparência, por contrato, a Borghi/Lowe recebeu R$ 111,6 milhões do Ministério da Saúde entre 2011 e 2014.
Em comunicado, o Ministério da Saúde afirma que “os contratos para a realização de campanhas de utilidade pública cumprem todos os requisitos exigidos na legislação de licitação (Nº 8.666 de 21 de junho de 1993). A última concorrência pública ocorreu em 2010 e selecionou quatro agências. Os contratos têm vigência de um ano, podendo ser renovado por até cinco anos”.
Já a Caixa Econômica Federal diz que vai apurar internamente as acusações.
Apesar de ter a quebra do sigilo bancário decretada, a Borghi/Lowe se pronunciou no fim da tarde desta sexta-feira (10) afirmando que a investigação estaria direcionada apenas a um ex-funcionário da empresa e que tem cooperado ao atender a ordem judicial. “Entendemos que as autoridades estão buscando informações quanto a um ex-funcionário. A empresa cooperou ativamente atendendo a ordem judicial e continuará a fazê-lo”, diz a nota da agência.