Lego recusa Braille Bricks e Lew’LaraTBWA abre patente
, Ulisses Razaboni, Felipe Luchi e Leandro Pinheiro: projeto pro bono vai disputar Leão nas áreas Direct e Promo do Festival Internacional de Criatividade de Cannes
A deficiência visual age lentamente em alguns indivíduos. O cenário ideal é que crianças com o problema detectado se antecipem no aprendizado de braile antes da perda consumada da visão. Com isso em mente, a dupla formada por Ulisses Razaboni e Leandro Pinheiro, com a liderança do vice-presidente de criação Felipe Luchi, começaram a desenvolver o projeto Braille Bricks, de tom lúdico, que chamou a atenção da Fundação Dorina Nowill, que ajudou a equipe de profissionais da Lew’LaraTBWA a desenvolver os kits de ensino que utilizavam peças de Lego. Mas o site Lego Ideias recusou a proposta.
“Com a recusa da Lego, decidimos liberar a patente no site creative commons e promover a campanha #braillebricksforall. Ou seja, qualquer fabricante ou instituição de ensino poderá produzir seu Braille Bricks sem precisar pagar nada. A repercussão foi gigantesca. Até a Casa Branca, por meio de sua conta oficial no Twitter focada em ensino, aderiu. Estamos recebendo emails de vários países diferentes, várias instituições de ensino e mesmo pais de crianças com algum tipo de deficiência visual, que estão interessados. Fora dezenas de publicações de design e negócios do mundo todo comentando o trabalho. Da Wired, passando pela Fast Company, o Huffington Post, a CoCreate, Taxi e até a AIGA”, explicou Luchi. “Esse trabalho estará concorrendo em algumas áreas do Cannes Lions. Principalmente aquelas relacionadas a design de produto.
Como desenvolvemos algumas ferramentas digitais para as pessoas tuitarem usando o Braille Bricks, estamos torcendo para o trabalho ir bem em Direct e Promo também”, acrescenta.
Luchi enfatiza que já foram produzidos dois lotes com 3.200 peças. “Com o passar do tempo, vamos produzir um terceiro, com mais 1.600. Com isso, estamos ajudando 300 crianças da Fundação Dorina Nowill, mais as instituições de ensino com as quais ela colabora”, afirma. “Procuramos a Lego Brasil, que nos ajudou bastante ao nos colocar em contato com o Lego Designer Specialist (segundo eles existem cerca de uma dúzia no mundo). Ele mesmo sugeriu que submetêssemos a ideia no legoideas.com, um site da Lego para que pessoas do mundo todo enviem seus projetos envolvendo a marca. Com tudo pronto, enviamos e, para nossa surpresa, fomos recusados. A Fundação Dorina Nowill já estava implementando o uso do Braille Bricks e estávamos felizes com isso, mas a chance de fazer disso um produto global, para ajudar crianças e fundações do mundo todo, era algo que realmente gostaríamos de alcançar”, finaliza.