Três leitoras foram escolhidas para a capa da Elle
“Esta edição vai além do espelho e coloca, sim, gente como você na capa. Nina Grando, Christel Runte e Deise Nicolau são as nossas covergirls”, afirma Susana Barbosa, diretora de redação de Elle. Nina, por exemplo, é coolhunter em uma agência de tendências e foi descoberta por meio da hashtag #VocêNaCapa, assim como Deise, vendedora em uma loja de moda. Já Christel é uma gerente executiva de 72 anos, que se dedica a projetos pessoais ligados à ar¬te e à fotografia.
“Em comum, elas têm o fato de serem lindas, únicas, interessan¬tes e de nunca terem imaginado que um dia seriam capa de uma revista de moda”, explica Susana. E é esse o caminho que a publicação deverá seguir a partir de agora, segundo a diretora de redação. “Não temos mais nenhuma ação semelhante programada, mas nada vai impedir que isso aconteça em alguma edição”, conta. “Nós estamos apenas seguindo um movimento que já está acontecendo no mundo. Marc Jacobs, por exemplo, já fez igual. Acredito que a Elle deu o pontapé nessa tendência aqui no Brasil”, complementa.
Além da capa, um ensaio de moda com 40 páginas reuniu pessoas comuns, modelos e artistas – tudo com o objetivo de celebrar a diversidade e a democratização da moda e deixando claro que é, sim, possível fazer uma revolução fashion.
A edição de aniversário da revista Elle, com a superfície espelhada e a hashtag #VocêNaCapa, trouxe, além dos comentários sobre a mudança de perspectiva surpreendente para um título de moda, o fortalecimento da autoestima das mulheres e a abertura de espaço para a diversidade.
Ao todo, a hashtag foi utilizada quatro mil vezes apenas no Instagram, 4,5 milhões de pessoas foram impactadas nas redes sociais e 50 celebridades postaram suas selfies usando a revista e gerando 378 mil likes. Já o site www.vocenacapa.com, lançado no dia 13 de maio, que permite inserir digitalmente uma foto na capa da edição, conquistou cinco mil compartilhamentos.
Susana Barbosa classificou como ousada esta ação. “A repercussão foi incrível, pois, pela primeira vez, uma revista de moda foi às bancas sem uma modelo na capa”, ressalta a jornalista. Outro ponto que ela destaca foi uma quebra de paradigma. “Houve uma quebra de paradigma, uma vez que as mulheres que estão na edição deste mês são mulheres lindas, mas comuns, que estão fora do padrão de beleza que foi estabelecido pela moda”, enfatiza Susana Barbosa.