Líder de marketing do WhatsApp diz que perfil de profissional mudou
Não faz muito tempo e os profissionais acima de 30/40 anos eram considerados velhos para funções na área digital ou nas chamadas big techs. Hoje, esse perfil mudou um pouco. Parece que um dos lados percebeu que estava perdendo algo, já que a experiência conta muito no mundo corporativo e os “mais antigos” podem perfeitamente surfar na onda do aprendizado e da inovação. “Estamos vivendo um ponto de virada”. Esta frase
é de Taciana Lopes, líder de marketing para o WhatsApp no Facebook Brasil, que aponta que as empresas estão repensando o perfil que querem para cargos estratégicos. “Os profissionais da área estão saindo da caixinha. Antes eles eram, em geral, paulistas, de uma metrópole poderosa. Hoje essa visão está mudando”, comenta.
Ela fala que antes, em geral, era natural que os profissionais da área de marketing das techs fossem formados nas faculdades de administração ou de publicidade. Mas, em função da característica do produto WhatsApp, por exemplo, o perfil é outro, pois a empresa tem de atender a todos os tipos de pessoas, o que, para ela, é uma proposta hoje do mercado como um todo. “Tem de sair do ambiente fechado e se atirar para o mundo”, argumenta. Segundo ela, falar com o Brasil todo, como é o caso do Whats- App, dá muito prazer. “Mas temos de, em primeiro lugar, saber ouvir. Temos uma equipe que representa esses usuários. Por isso, ele precisa ter expertise em comunicação da tecnologia, porque a própria navegação do produto exige isso”, explica.
Taciana é mineira, nascida na pequena cidade de Formiga, é formada em publicidade e propaganda e relações públicas. Ela acredita que a sua função de hoje tem mais a ver com a sua experiência e habilidade do que com a formação. Na bagagem traz seis anos na Coca-Cola, de Minas Gerais, na área de mar- keting, e mais sete de Visa, já em São Paulo, até ingressar no WhatsApp. Ela fala que quando decidiu morar em São Paulo assumiu a missão de mudar a visão das coisas, já que, para ela, o Brasil não se resume à Faria Lima, avenida da capital paulista famosa por abrigar o moderno mundo corporativo.
“A visão, inclusive dos jovens, está mudando”. Segundo ela, o Facebook, que é dono do WhatsApp, está cheio de exemplos. Ela lembra que na casa tem executivos com mais de 60 anos. Taciana comenta ainda que a comunicação precisa ser democrática. Segundo ela, a empresa está preparada para falar com os diversos perfis de consumidores. O Facebook não abre o número de funcionários em cada mercado, mas o Brasil está entre os cinco principais países no mundo para todos os aplicativos da empresa. Taciana menciona que a grande preocupação e diferencial dos produtos WhatsApp é a privacidade, um plano estratégico da empresa para este ano.
Em 2020, quando foi declarada a pandemia, o WhatsApp – ou Zap, para os íntimos – foi a grande ferramenta de conexão mundial. Um ano é diferente do outro e o último, então, nem se fala. “Por isso, o profissional tem de ser ágil e estar aberto às mudanças”, fala Taciana.
O nível de mensagens no aplicativo ultrapassou todas as expectivas em ano de pandemia. Taciana afirma que recursos como o WhatsApp se tornaram essenciais, já que têm o papel de fazer conexões pessoais e privadas. Conforme dados da companhia, mais de 1,4 bilhão de chamadas de voz e vídeo foram feitas na véspera de Ano Novo em todo o mundo, quebrando recordes em um único dia no WhatsApp. O número de vídeo feitos com o WhatsApp no último dia de 2020 foi mais de 50% superior ao do mesmo dia do ano anterior. Isso se explica por conta do isolamento. De lá para cá, segundo Taciana, todo dia parece Ano Novo, tamanho o nível de chamadas entre os usuários. “Passou a ser o ‘novo normal’”, conclui.