Lideranças do varejo debatem crise em Fórum do Lide
O segmento de varejo é resposável por 23% do PIB (Produto Interno Bruto), equivalente a aproximadamente R$ 1 trilhão das riquezas produzidas no país, precisa reagir aos sintomas da crise econômica que obrigou 100 mil estabelecimentos comerciaisa fecharem suas operações e a demissão de 185 mil funcionários com a busca de eficiência da cadeia com conhecimento apurado do comportamentos dos clientes.
Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, e Ronaldo Iabrudi, do Pão de Açúcar
O raciocínio é do executivo Flávio Rocha, presidente do Grupo Guararapes e CEO da Riachuelo no painel “A reconstrução do país e o papel do varejo e do consumo”, o primeiro da 4ª edição do Fórum Nacional do Varejo, Consumo e Shopping Centers realizado neste sábado (19) pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais) no Sofitel Jequitimar no Guarujá, São Paulo.
Rocha enfatizou que o engessamento da economia é similar a uma carruagem que parou no tempo e que a força de tração do governo não cabe no PIB. “A carga tributária chega a 37% e ainda somos obrigados enfrentar a concorrência desleal da clandestinidade que não sofre vigilância e desarma os competidores formais com baixa qualidade, sonegação e pirataria. A clandestinidade impõe ao varejo mais de 10% no déficit do setor”, destacou Rocha sem deixar de mencionar “que a burocracia da máquina estatal chega “às raias do absurdo”. Ele acrescenta: “O Brasil tem dois milhões da população mundial e três milhões de ações trabalhistas. A crise demanda a busca de preço e preço é sinônimo de escassez”.
Atual presidente do IDV (Instituto de Desenvolvimento do Varejo), a empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, também cobra do governo agilidade na desburocratização. “Os impostos são muito altos, sem mencionar a bi-tributação em alguns casos. Recomendo que todos invistam em multicanais. A rede Luiza apostou no e-commerce e tenho certeza que é um caminho sem volta”, diz a executiva.
Ronaldo Iabrudi, presidente do Grupo Pão de Açúcar, disse que apesar do momento delicado os investimentos em marketing foram mantidos pelas marcas da empresa entre as quais Casas Bahia, Extra e Assai. “Temos o maior orçamento, à frente da Unilever. Queria aplicar menos, mas não tem jeito”.