Ligadões

A comunicação tem mostrado a sua grande importância neste momento de “cólera”, de guerra contra um inimigo invisível. Mesmo os que criticam os meios e a imprensa de um modo geral hoje não deixam de se ligar naqueles que estão sempre ligados.

Com o avanço do coronavírus, a comunicação e a informação de qualidade e verdadeira nunca foram tão necessárias. Porém, há desencontros e alguns até batem cabeça e acabam por prestar um desserviço à população.

Alguns são aproveitadores de plantão, mas a maioria busca ficar bem perto da realidade.

Mas o importante é que os meios de comunicação, principalmente a TV, o veículo, queiram ou não, de maior audiência, se alinhou e cumpre seu papel com dignidade.

Jornalistas e apresentadores se revezam noite e dia para informar a população. Só não vê ou não se informa quem não quer, ou seja, aqueles que insistem em que tudo não passa de uma fantasia, um exagero, até o momento que a água bater na bunda. É só aguardar, porque estamos todos no mesmo barco, para desespero de muitos.

A Globo cancelou gravação de novelas e até programa que é tido em seu horário de exibição como a galinha dos ovos de ouro – como o da Ana Maria Braga – para manter seu plantão no ar. Outros programas perderam a plateia, que simboliza o luto por tudo e por todos. A comunicação está mais triste e desencantadora, como nunca se viu, ao menos muitos, como eu, nunca viram.

A concorrência pelo telespectador que busca informação não deixa de ser acirrada. Tem para todos os gostos, mas parecem todos bem-intencionados e alinhados à correta forma de se fazer jornalismo. Muito se aprende e, diga-se de passagem, é um excelente momento para quem quiser ingressar nessa profissão, pois as “aulas” estão abertas e são “gratuitas”.

Até cansa ouvir e ver o mesmo assunto a todo momento em tempo real. Os especialistas, repórteres e apresentadores repetem diversas vezes as mesmas coisas, os mesmos comentários, as mesmas previsões, porque têm de preencher um longo espaço e atingir o maior número de cidadãos, ligados ou não ao assunto, queira ou não.

A audiência sobe e os anunciantes, ao menos por enquanto, somem. Afinal, ninguém quer dar pinta de que está tirando uma lasquinha de um momento tão dramático e triste.

Está certo, mas será por um curto espaço de tempo, porque já estão revendo estratégias e daqui a pouco voltam a aparecer, até porque não podem e não devem desaparecer sob pena de pagar caro pelo sumiço. Somos feitos de uma matéria que se adapta fácil à novas situações, mesmo que inusitadas e dramáticas. Essa é uma das nossas grandes virtudes. Seja na tristeza ou na alegria, vamos nos virando.

As emissoras também tiveram gestos que merecem ser destacados. Os canais pagos abriram os sinais e outras têm programação especial para distrair os que estão em casa, sem poder sair, como as crianças. São pequenas atitudes que trazem um dedo de esperança para uma humanidade em risco.