LinkedIn Brasil se prepara para liderar América Latina

O crescimento exponencial do LinkedIn no Brasil deve ganhar ainda mais fôlego com o início prático de um dos principais planos para a operação, iniciada em novembro de 2011: transformar o escritório local em hub da empresa para toda a América Latina. Em julho, o escritório passa a ser responsável pela liderança das soluções de recrutamento da empresa no México, como confirma Osvaldo Barbosa de Oliveira, diretor-geral do LinkedIn no país.

Até julho de 2012, a comercialização das ofertas da rede social profissional no Brasil era feita pela Ponto Fox, empresa da Fox Network – parceira da LinkedIn em países onde não há operação própria. Com a nova formatação, a Fox deve continuar como responsável pela comercialização na região, mas cada vez mais se reportando diretamente à equipe brasileira – e não mais ao núcleo terceirizado presente na Europa. “Pela proximidade e quantidade de clientes em comum na região, a expectativa é que, em 2014, o escritório brasileiro seja, efetivamente, responsável por todas as vendas de soluções de talento e marketing da América Latina”, explica Oliveira.

Atualmente, a receita global do LinkedIn está dividida em 55% vindo das soluções de recrutamento, 25% das soluções de marketing e 20% das assinaturas premium. “No Brasil, estamos operando as soluções de recrutamento há um ano e as de marketing há menos que isso. A tendência, aqui, é seguir essa distribuição”, revela.

Novo serviço

Destacando como principal diferencial a qualificação da audiência (atualmente 225 milhões de pessoas no mundo) e especialmente a possibilidade de segmentação, o LinkedIn prepara-se para lançar mundialmente um novo formato publicitário para seu portfólio. Trata-se do Sponsored Updates, que pretende oferecer às empresas um novo caminho de disseminação de conteúdo. “Uma pesquisa nos indicou que, enquanto as pessoas buscam entretenimento nas redes sociais pessoais, nas profissionais elas se consideram investindo tempo. Além disso, são mais propensas a se engajar com marcas. Com o Sponsored Updates, o anunciante pode ampliar o alcance de um conteúdo que considere relevante para um público específico em um momento específico”, destaca Oliveira.

O novo serviço leva um conteúdo de marca para um determinado público dentro da rede, de acordo com o interesse de segmentação do anunciante – semelhante à prática que vem se consolidando em redes sociais pessoais, com informações de marcas chegando às suas timelines independentemente daquele usuário seguir o perfil em questão. De acordo com o diretor-geral, a opção – ainda em fase de testes internacionalmente – deve ser bem aceita localmente. “Conhecendo a carteira de clientes que temos desde que chegamos ao Brasil, vemos uma adequação muito grande do serviço com a estratégia deles. Tenho certeza de que o sponsored updates será muito bem recebido por aqui”, analisa. Atualmente, cerca de 450 empresas utilizam as soluções de recrutamento da rede no Brasil e mais de 120 investem em suas soluções de marketing.

Evolução local

Nascido em 2003, o LinkedIn vem, em seus dez anos de vida, buscando uma evolução constante de ofertas para seus usuários – e, consequentemente, às empresas que pretendem figurar no mesmo ambiente. Na visão de Oliveira, a utilização da rede além da simples presença do usuário e da procura por novas oportunidades profissionais está se tornando mais forte também no Brasil. “Cada vez mais as pessoas usam o LinkedIn para buscar algo agregador para o que eles estão fazendo hoje, seja seguir pessoas que tem algo a acrescentar, ler artigos relevantes, acompanhar informações oferecidas por empresas ou se unir a grupos de interesses comuns. O brasileiro está aprendendo a usar a rede de forma mais produtiva, que possa gerar novos caminhos para que ele seja bem sucedido na carreira”, acredita.

Em maio, o Brasil chegou a 13 milhões de usuários cadastrados, assumindo a terceira posição isolada na rede e ficando atrás apenas de Estados Unidos (77 milhões) e Índia (20 milhões). O salto do número de participantes começou em abril de 2010, quando a rede ganhou sua versão em português e avançou dos então um milhão de usuários para seis milhões em novembro de 2011, diante da abertura do escritório brasileiro. Um avanço de 67% elevou o número a dez milhões apenas 11 meses depois, em outubro do ano passado. Nos sete meses seguintes, mais três milhões de usuários se somaram ao grupo.