LinkedIn: "Observamos níveis recordes de engajamento"
Em tempos de crise alguns setores crescem muito mais do que a média geral, em função das características de atuação. É o caso do LinkedIn, que registrou um aumento de 55% ao ano no volume de conversas entre usuários, conforme relata Erica Firmo, executiva de comunicação da plataforma. “No atual contexto de Covid-19, o LinkedIn tem sido importante ferramenta para troca de experiências, aprendizados e busca de conteúdos confiáveis”, analisa ela nesta entrevista. Veja detalhes a seguir.
Com a crise provocada pela Covid-19, muitas empresas foram obrigadas a demitir e com isso a procura de nova ocupação alavancou ainda mais o LinkedIn. Qual foi esse crescimento? Em outras épocas qual era a média anual de crescimento da rede?
O LinkedIn registrou um aumento de 55% ao ano no volume de conversas entre os usuários na plataforma de março de 2019 a março de 2020. São interações como comentários, reações a posts e compartilhamentos. Houve também um aumento de 50% na criação de conteúdo no LinkedIn neste mês de junho, em comparação com o mesmo período do ano passado.
E qual o comportamento dos usuários hoje?
Dos usuários do LinkedIn, 40% relatam ler as notícias com maior assiduidade e 30% verificam as mídias sociais com mais frequência para manter-se atualizado com informações sobre a Covid-19, por exemplo. A plataforma também registrou aumento no volume de mensagens de grupo enviadas entre colegas de trabalho, um acréscimo de 21% a cada semana e 40% dessas mensagens provêm de pequenas empresas, com menos de 200 funcionários. Observamos níveis recordes de engajamento, com crescimento de 26% nas sessões ano a ano.
Quais funções ou cargos são mais procurados?
Além das profissões que têm despontado durante a pandemia, como cargos na área de saúde, entrega/delivery, e-commerce e orientador educacional, as vagas remotas ganharam mais atenção. A busca por oportunidades a distância aumentou 60% em todo o mundo desde março. As dez principais vagas para trabalhos remotos mais procuradas no Brasil são representante de suporte ao cliente (call center), gerente de contas, engenheiro, analista de negócios, engenheiro de software sênior, desenvolvedor de aplicativos, executivo de vendas, desenvolvedor, engenheiro de software Java e arquiteto.
Qual a faixa etária de quem busca recolocação na rede?
Embora o impacto da pandemia tenha sido sentido em todas as faixas etárias, ela não foi sentida igualmente por todas as áreas de atuação. Observando o comportamento recente dos candidatos no LinkedIn, notamos que a busca por recolocação está diretamente ligada aos mercados mais impactados. São eles: profissionais que mais buscam recolocação. Notamos um aumento considerável na busca por emprego por profissionais da área de segurança pública (para tentar minimizar contato com público ou por perda de emprego), educação (muitas escolas paralisadas), turismo (perda de emprego), bem-estar e fitness, e ONGs. Há ainda vagas com maior número de candidaturas.
E quais são os mais procurados?
Levantamento do LinkedIn aponta cinco cargos em que se observa maior aumento no número de candidaturas no Brasil: gerente de marca, gerente de contas, técnico de radiologia, enfermeira assistente e gerente de tecnologia. Esse levantamento ainda mostra que as indústrias em que se observa aumento no número de candidaturas são bens de consumo, serviços de tecnologia e software, saúde, hardware e redes, serviços corporativos e educação.
Existem os profissionais que menos buscam por emprego?
Alguns profissionais diminuíram a busca por emprego no LinkedIn, porque tendem a estar em setores mais bem posicionados para enfrentar as mudanças trazidas pela Covid-19. Esses profissionais são os das áreas de tecnologia (principalmente hardware e comunicação), finanças, transportes e logística, administração pública, energia e mineração. A redução da busca pode ser motivada pelo desejo de ter mais estabilidade em tempos incertos.
Qual o índice de recolocação que vocês têm registrado?
Globalmente, as contratações apresentam estabilidade e até mesmo recuperação em alguns países, como China e Cingapura, nas últimas seis semanas em comparação às quedas registradas entre março e abril. Em países como Austrália, Estados Unidos, Reino Unido e Brasil, as taxas de contratação registram estabilidade e mostram otimismo desde o início de junho.
Há algum fator que denota aumento ou queda nas contratações?
Picos e quedas geralmente são causados por feriados nos países. No Brasil, historicamente o feriado de Carnaval afeta as análises. Entre o fim de fevereiro e início de março deste ano, houve um pico de contratações para posições em diversos setores, como varejo, serviços, entretenimento e audiovisual. O feriado do Dia do Trabalho também afetou a China do fim de abril ao início de maio, e o feriado da Páscoa atingiu muitos países em meados de abril.
A perspectiva é de que o site se mantenha nesse nível de atuação ou volte a patamares anteriores?
Acreditamos que nível de atuação na plataforma se manterá. Com o distanciamento social cresce ainda mais a importância das redes sociais em diversos setores da sociedade. Os profissionais percebem mais claramente a importância do compartilhamento de experiência e como sua carreira pode ser favorecida pela troca e as conexões que existem na rede. O home office tornou-se a saída para muitas empresas manterem as suas operações e deve ter um impacto na forma como trabalhamos em longo prazo. Pesquisa do LinkedIn mostra que 45% dos líderes seniores dizem que estão considerando uma mudança mais permanente para eventos ou conferências virtuais e 44% dizem que estão avaliando políticas de trabalho remoto mais permanentes. Além disso, acreditamos que o aprendizado online deva se tornar mais frequente, inclusive com o apoio das empresas. Estudo recente aponta que 42% das empresas têm uma probabilidade muito alta de adicionar novas sessões online de treinamento após o novo coronavírus. Entre março e abril, registramos no Brasil o aumento de 48% nas horas de acesso aos conteúdos de aprendizagem do LinkedIn Learning. Haverá um aumento do uso de tecnologia no recrutamento, como mais entrevistas por vídeos, mais inteligência artificial sendo aplicada no processo de seleção. Assim como eventos, vendas e marketing estarão cada vez mais presentes no ambiente virtual, o que se torna evidente com o aumento da demanda pelo LinkedIn Live, que mais do que triplicou desde fevereiro.
Qual é a estratégia de comunicação da empresa?
No atual contexto de Covid-19, o LinkedIn tem sido uma importante ferramenta para troca de experiências, aprendizados e busca de conteúdos confiáveis. Nosso time de editores tem trabalhado junto ao Ministério da Saúde e também com profissionais da área médica para trazer para a rede conteúdos confiáveis e acurados a respeito do impacto da pandemia no Brasil sob o ponto de vista social e econômico. Também oferecemos gratuitamente solução de apoio a contratações nos setores críticos que atuam na linha de frente no combate à pandemia, incluindo hospitais e tudo o que for relativo à prática médica, atendimento médico e hospitalar, dispositivos médicos e atendimento médico psiquiátrico. Nossa comunicação está focada em ajudar as pessoas a se manterem informadas sobre o cenário mundial e os setores no qual atuam, e também ajudando-as a enfrentarem melhor esse período tão incerto, seja por meio da busca por um novo emprego, para estabelecer novas conexões profissionais ou até aprender uma nova habilidade, com os cursos gratuitos de disponibilizamos via LinkedIn Learning.
Quais são os principais anunciantes?
Hoje nossos principais anunciantes são do setor de tecnologia, finança e serviços, além das maiores agências de publicidade e comunicação do Brasil.