Livro aborda câncer infantil

Se as 216 páginas do livro “O amanhã existe – a história que transformou a luta contra o câncer infanto-juvenil no Brasil” pudessem ser resumidas em apenas uma palavra seria esperança. Escrito pelo jornalista Renato Lemos, a obra, lançada pelo Selo Perfil, retrata o drama vivido por Francisco Neves, hoje superintendente do Instituto Ronald McDonald.

A história começa com o casal Chico e Sonia Neves encarando o duro diagnóstico de câncer de Marcos, o filho caçula. A partir daí, em plena década de 1980, a família inicia a busca pela cura e, após não ter mais alternativas no Brasil, inicia mobilizações para viabilizar o tratamento do menino fora do país.

O casal e seu filho seguem para tratamento nos Estados Unidos e conhecem  o acolhimento de uma casa de apoio para jovens e seus familiares, a Casa Ronald McDonald. Mas o menino morreu aos oito anos, em janeiro de 1990, e a família retornou ao Brasil com um objetivo: transformar a dor em voluntariado, oferecendo a outros pacientes e seus familiares o apoio que receberam.

Em 1991, quando o McDonald’s dedicou a campanha McDia Feliz ao Inca (Instituto Nacional de Câncer), Neves sugeriu à direção nacional da empresa a implantação de uma Casa Ronald McDonald no Brasil. Três anos depois, foi inaugurada a primeira, no Rio de Janeiro, construída graças à arrecadação do McDia Feliz do ano anterior. O executivo foi escolhido para liderar o grupo responsável pela administração da instituição.

“Minha expectativa com esse livro é chamar a atenção para um cenário que atualmente, felizmente, está diferente da época em que meu filho estava doente. Hoje a chance de cura é bem maior”, conta Neves.

Exemplos

A Casa Ronald McDonald ajuda pessoas como o garoto Gabriel, filho de Edivânia, que veio do Recife e ficou na portaria de admissão do Inca (Instituto Nacional de Câncer) na tentativa de conseguir uma vaga para o menino. Encaminhados para a Casa Ronald, puderam contar com hospedagem e toda ajuda necessária.

 

Gabriel está bem. Mas os dados, trazidos pelo livro, ainda são alarmantes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, todo ano ainda morrem 90 mil crianças portadoras da doença e nas próximas duas décadas o número de vítimas do câncer deve crescer 57%.

Francisco está à frente do Instituto Ronald McDonald, que representa no Brasil o sistema beneficente Ronald McDonald House Charities, organização que promove a saúde e o bem-estar de crianças e adolescentes em mais de 50 países.

Em 15 anos de atuação no Brasil, com apoio do McDonald´s, o Instituto desenvolve e apoia programas que viabilizam diagnóstico precoce, tratamento de qualidade e apoio psicossocial, beneficiando anualmente cerca de 30 mil crianças e adolescentes com câncer e seus familiares de norte a sul do país.

“Existem muitos ‘Chicos’ espalhados pelo Brasil e eu ficaria muito feliz se essas pessoas escrevessem também suas histórias”, afirma. “Nossa busca é por resultados felizes”, completa.