Lua Nova expande foco em sound branding
A produtora de som Lua Nova, de Thomas Roth, está empenhada em um estudo profundo: identificar os instrumentos corretos e as vozes precisas que traduzam os valores intangíveis das marcas. Conhecido como sound branding, o recurso não é exatamente novo, mas seu uso cresce à medida que empresas veem na música a possibilidade de se diferenciar.
Sons icônicos — como as quatro notas da Intel ou a voz feminina que quase sussurra o slogan da Citroën — funcionam como um canal para transmitir a mensagem da marca. Mas a intenção de Roth é um pouco mais ambiciosa. “Há duas coisas diferentes: uma é estabelecer uma melodia, que funciona como o carimbo de um produto, e outra é o estudo sobre quais elementos — instrumentos, as notas e as vozes — que traduzem a alma de uma empresa”, explica.
Roth afirma que há anos sua produtora vem trabalhando com identidade sonora, mas houve um tempo em que o recurso havia perdido importância. “Aparentemente, os clientes estão interessados de novo”, diz. Segundo o executivo, o interesse da Lua Nova de se debruçar sobre o tema visa trazer objetividade para um recurso que é, muitas vezes, feito sem qualquer método. “Sentimos que existe demanda no mercado, e produtoras vendendo algo que não exatamente isso. Na Lua Nova estamos trabalhando na linguagem e nos ritmos que sejam a expressão da alma das marcas”, diz.
Para Roth, a identidade sonora é uma das facetas do marketing sensorial, que explora os sentidos para gerar lembrança de marca. “Sound branding faz parte da nossa estratégia de empresa e capta a nova demanda do marketing, que vem se modificando”, diz. O foco no recurso trouxe à produtora resultados positivos em 2012, que registrou aumento nas receitas. “Crescemos 16% em faturamento”, diz o executivo, sem revelar valores. Dentre os principais motivos para o aumento está a expansão da rede de anunciantes e agências atendidas, que hoje somam 70 parceiros, além de contas de varejo com finalização em larga escala e licenciamentos de músicas nacionais e regionais.
Parcerias
Outro fator que puxou para cima o desempenho da Lua Nova foram as exportações, que representaram 11% do faturamento da produtora. De acordo com Marcos Passarini, diretor executivo da empresa, uma sólida rede de parceiros internacionais permitiram à companhia aumentar o número de campanhas para clientes globais. Entre eles, estão estúdios como Inaudito, na Argentina, Índigo, em Portugal, e Willian Mowad, na Inglaterra. “Produzir trabalhos para fora é um objetivo perseguido há anos e faz parte do planejamento estratégico que desenhamos em 2010”, afirma.
Contudo, o câmbio instável e a valorização do real vêm tornando o país um lugar caro para clientes antigos, como Portugal e Espanha. A empresa também comemora os três anos de parceria com a produtora Dr. DD, sua antiga concorrente e com a qual hoje divide projetos. Na Lua Nova estão o atendimento e a gestão dos trabalhos, e na DD ficam a criação e produção dos spots. As duas compartilham a finalização das campanhas, mas são independentes.
Em relação a 2013, a primeira novidade fica por conta da inauguração do “Espaço Lua Nova”, no final de janeiro. O local terá uma agenda mensal de eventos, com exposições e atividades relacionadas à produtora.