Lula não aceita saída de Gushiken da Secom
O ministro Luis Gushiken não sairá da Secom (Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica de Governo). Durante reunião realizada hoje no Palácio do Planalto para apresentar os novos ministros do governo (Silas Rondeau – Minas e Energia, Hélio Costa – Comunicações, e Saraiva Felipe – Saúde), Lula reiterou confiança no trabalho de Gushiken no comando da comunicação governamental. Pouco antes da decisão, o sub-secretário de publicidade da Secom, Caio Barsotti, respondeu por e-mail perguntas do Propaganda & Marketing.
Como atual crise atinge o Governo Federal que é o maior anunciante do País?
A crise está sendo tratada no foro adequado, que é o Parlamento, com as investigações sendo feitas pela CPMI. Do ponto de vista de comunicação, o governo federal segue seu trabalho conforme o planejamento estratégico definido para o longo do ano, tanto que agora estamos com uma campanha apresentando resultados dos programas sociais.
O Governo muda seu comportamento como anunciante?
Não, o governo tem uma relação estabelecida com o mercado publicitário que não deve ser alterada , ontem (quinta-feira) estive numa reunião na ABA participando do grupo de trabalho “pensando o futuro” do Cenp, e discutindo vários outros temas de interesse da associação e do mercado como um todo.
Houve adiamento de flights ou cancelamento de campanhas?
Não, inclusive estamos veiculando uma nova campanha sobre os programas sociais do governo federal, que aborda os temas do ProUni, Luz para Todos, microcrédito, agricultura familiar e bolsa-família. A campanha conta com quatro filmes, que já estão sendo veiculados, serão lançados o spot de rádio e os anúncios dos jornais.
Instituições como Correios, Caixa e Banco do Brasil, atendidas por agências do empresário Marcos Valério DNA e SMPB) podem reavaliar seus fornecedores de publicidade e promover licitações para definir novas agências?
Este assunto diz respeito exclusivamente a gestão dos contratos e, como tal, compete aos órgãos a avaliação das agências. Até o momento, a Secom não recebeu nenhuma informação neste sentido.
Como essa crise interfere no programa de comunicação de governo que, coincidentemente, lançou campanha do Bom Exemplo?
A campanha “Bom Exemplo” , segunda etapa do movimento “O melhor do Brasil é o brasileiro” , é uma iniciativa da ABP, ABAP e Fenapro, principais entidades de propaganda do país e conta com o apoio do governo federal. É uma campanha de interesse público que segue normalmente e não tem prazo para terminar. Tem ganhado adesões por parte do mercado de comunicação e empresas de várias partes do Brasil, além de apoio da população como demonstram mensagens recebidas com elogios à iniciativa.
O ministro Gushiken fica na Secom? A Secom muda? Há um prazo?
Este assunto compete exclusivamente ao presidente da República.
A centralização da comunicação das administração direta na Secom trouxe que benefícios ao governo?
Conseguimos uma rentabilidade média de cerca de 29% para os investimentos em mídia[Eduardo Luiz Correia] para todos os órgãos públicos federais , uma vez que passamos a negociar em conjunto todo o volume de mídia de maneira conjunta entre administração direta e indireta. Também incentivamos as agências a buscar sempre a ampliação do leque de seus fornecedores nos trabalhos feitos para o governo. E, por fim, há uma uniformidade no uso das marcas do governo tanto na administração direta quanto na indireta, a fim de facilitar a identificação de projetos e programas e outras realizações que contêm com recursos da administração federal.
Paulo Macedo