Magazine Luiza prioriza digital sem deixar lojas físicas

O diretor do Magazine Luiza, Frederico Trajano, afirmou que pretende transformar a varejista nos próximos anos. “Hoje somos uma empresa tradicional com área digital, o foco é ser uma empresa digital com pontos físicos. Esse é um desafio, porque vamos ter de transformar 80% da companhia. Temos 24 mil funcionários e precisaremos mudar 90% desse quadro, que está na área física. Levamos para o SXSW dez pessoas, metade delas é do meio offline. O objetivo foi equalizar o conhecimento dentro da empresa”, explica Trajano.

A declaração foi dada durante um evento promovido pela SapientNitro, com apoio da Adobe, para discutir ideias inovadoras do festival South By Southwest 2015, realizado em março nos Estados Unidos. Transformação digital e tecnologia envolvendo data science foram alguns dos assuntos discutidos.

O e-commerce representa 20% do faturamento do Magazine Luiza e o varejo de bens duráveis tem sofrido uma revolução por conta das vendas pela internet, promovendo uma grande transformação na companhia. Trajano ressaltou, também, que o ponto mais relevante do SXSW foi a migração, ocorrida nos Estados Unidos, para as plataformas mobile. “Então estamos focando no mobile para o Magazine Luiza, porque observamos que as startups mais legais e relevantes trabalham focadas no mobile apps. No Brasil, neste momento, estamos vendo mais de 90 milhões de pessoas no Facebook e mais de 80% dos acessos diários são via mobile. É um número relevante e é algo que está acontecendo aqui em paralelo à realidade americana. Até o fim do semestre, o mobile vai representar 30% do tráfego do Magazine Luiza, o que era praticamente zero há quatro anos”, explica o diretor.

Além de Trajano, Carlos Merigo, fundador da Brainstorm9, e Eduardo Fellipelli, gerente de base business optimization da Mondelez, compartilharam suas experiências com Marcelo Tripoli e Carlos Borges, CCO e o vice-presidente de estratégia da SapientNitro, respectivamente. As empresas convidadas dividiram suas opiniões sobre data science com base no que vivenciam em suas empresas.

Carlos Merigo, que analisa conteúdo publicitário no site Brainstorm9, acredita que as marcas têm um discurso muito genérico, que não atinge o consumidor. “Em um mundo de Big Data, é possível falar com cada um individualmente e adaptar sua linguagem para cada pessoa”. A Mondelez, por sua vez, faz altos investimentos em suas marcas e espera bons retornos. “Mensuramos o que está sendo efetivo para a companhia, fazemos modelos de estudos de cada marca, mostrando o que funciona para cada uma das mídias nas campanhas, baseados em big data.”

A internet das coisas, de acordo com Merigo, foi apresentada no festival com exemplos de aplicações inteligentes, que vão além dos “relógios que contam passos”, mas que entregam conteúdo personalizado para os seus clientes.