Maioria dos brasileiros acredita que tarifaço de Trump afetará muito a vida, aponta estudo da HSR
Pesquisa exclusiva revela que 57% creem no impacto negativo; entre principais ajustes em curso, 56% respondem que vão poupar mais
Engana-se quem pensa que as notícias sobre o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil não abalam a confiança das pessoas. O impacto das medidas já se reflete no dia a dia dos brasileiros. A percepção geral da população em relação ao noticiário econômico atualmente é predominantemente negativa, com altos índices de ansiedade e preocupação (46%) e insegurança e incerteza (18%).
As preocupações com o custo de vida (11%) e a perspectiva de aumento de preços e inflação (9%) também são significativas. Apenas uma pequena fração da população demonstra otimismo e esperança (2%). A análise é do ‘Estudo sobre a percepção dos brasileiros em relação ao tarifaço’, feito exclusivamente pela HSR a pedido do propmark.
Os sentimentos negativos refletem uma apreensão generalizada sobre a situação econômica do país, indicando que o impacto das políticas tarifárias internacionais é percebido como um agravante das dificuldades econômicas locais.
O cenário macro sugere que o impacto do tarifaço de Trump no dia a dia é massivo. A análise geral dos dados revela que a maioria da população brasileira sente que as notícias recentes sobre economia e mudanças no país têm influenciado seu dia a dia, com 53,7% afirmando que sentem essa influência “muito” e 38,1% “um pouco”. Apenas uma pequena parcela, 6,3%, não percebeu influência, e 1,9% não acompanha notícias.
A HSR realizou a pesquisa online com 600 brasileiros, acima de 18 anos, de todas as classes sociais e nas cinco regiões do país. O estudo mostra claramente que as tarifas de importação de 50% impostas por Trump sobre o Brasil, que entraram em vigor em 6 de agosto, já provocam mudanças de comportamento. Entre os principais ajustes em curso, 56% respondem que vão poupar/economizar mais; 39% cortar lazer; 35% adiar compras; 25% adiar viagens; e 22% buscar novas fontes de renda.
Entre os itens percebidos com alta de preço recente estão alimentos e bebidas, combustíveis/energia e remédios/planos de saúde. Já o risco mais provável para os próximos 12 meses é a necessidade de crédito, enquanto a perda de emprego é vista como menos provável.
Os elementos refletem um sentimento de preocupação com a estabilidade econômica e política do país, com muitas pessoas temendo pelo futuro e expressando estresse financeiro pessoal. O impacto sobre trabalhadores assalariados e a renda também é um ponto de destaque, embora menos proeminente em relação aos outros fatores mencionados.
O conhecimento do brasileiro sobre o tarifaço é alto, com 94% alegando conhecer o tema e 72% dizendo acompanhar de perto. A pressão sobre o bolso não é baixa: 41% falam que as despesas “aumentaram muito” e 40% “um pouco”. Sobre a expectativa de impacto, 57% creem que afetará “muito” a vida no Brasil e 40% “um pouco”.
Do lado das marcas, a HSR indica que a realização de campanhas com redução de preços e promoções são percebidas como gesto de empatia e não só interesse comercial. “Como o comércio é um grande gerador de empregos no Brasil e será potencialmente atingido pelo tarifaço, além de comunicar transparência na política de preços, será de grande relevância garantir a empregabilidade”, explica Valéria Rodrigues, CEO da Shopper.
Leia a matéria completa na edição do propmark de 25 de agosto de 2025