“Máquina não emociona ninguém”, afirma CEO da iD\TBWA
Não se perde o DNA de uma agência
Camila M. Costa foi uma das primeiras executivas brasileiras a reparar na potência do meio digital. “Há dez anos, já acreditávamos no que a gente vê hoje”, confirma a sócia e CEO da iD\TBWA, agência do Grupo Omnicom. A certeza veio mais cedo ainda. “Em 2006, com o Orkut, percebi que o digital seria o futuro”, lembra. Camila mergulhou no universo da internet, quando o mercado ainda não fazia ideia de que essa mídia viraria a publicidade de cabeça para baixo. “Em 2014, decidimos trazer um pouco mais de business”, conta. Hoje, ela comanda uma operação munida de dados, inovação e criatividade, que testemunha um novo ciclo de evolução, imposto pela inteligência artificial. “O olhar criativo, do entendimento da cultura, só a gente possui. Máquina não emociona ninguém. Ela finge a emoção, mas não sente”, alerta.
Como define a iD\TBWA?
A agência nasceu em 2007 e, no mesmo ano, foi comprada pela TBWA. Hoje, é parte do grupo Omnicom, dentro da rede TBWA. Eu entro em 2014, momento em que o digital estava sendo incorporado pelas agências tradicionais e se diferenciava como uma nova estratégia. Quando fui chamada para presidir a agência, dez anos atrás, completados em agosto, o Luiz Lara, chairman do grupo, me perguntou qual seria o próximo ciclo de expansão. Entendemos que seria importante continuar um caminho independente, e se fortalecer no digital porque há dez anos já acreditávamos no que a gente vê hoje. Não se perde o DNA de uma agência. Começamos um caminho de dados, inovação e criatividade, com essas pontas integradas, desde 2007. Hoje, o nosso diferencial competitivo está nessa raiz. A iD\TBWA cresce em média 35% a 40% ao ano, resultado que traz uma forte integração com a rede global.
Como foi essa virada?
Em 2014, decidimos trazer um pouco mais de business. A agência já era reconhecida por unir criatividade e mídia digital. Mas quando eu cheguei, a gente trouxe uma visão mais estratégica. Eu acreditava muito no movimento da compra online, da performance. Assim, nos aproximamos mais dos resultados de negócio dos clientes. Conseguimos provar o que tudo isso poderia trazer para as marcas. No digital, tudo se mensura, e isso é muito bom. Mas se você não tem foco e estratégia, não saberá para onde ir, e os número se perdem.
Qual é a estrutura de lideranças?
A gente tem hoje um corpo diretivo formado por dois C-Levels, além de mim. O Marco Sinatura é o C-Level de estratégia e inovação, que cuida também de conteúdo e influenciadores. Ele está muito no dia a dia da agência, comigo. O Thiago Fernandes é o C-Level de mídia e dados, que está unificando essas duas áreas e formando a Intelecta. A Priscila Sanita, diretora-executiva de dados e BI, trabalha com ele. O time inclui Alessandra Santana, diretora-executiva de negócios; Sthefan Ko, diretor-executivo de criação; e Thiago Carneiro, diretor-executivo de operações e tecnologia. São cerca de 150 pessoas. Somos uma das agências preferidas dos clientes pela Scopen. Para os clientes do digital, a gente é a segunda melhor. E de todas as agências do mercado, somos a quinta maior. É a melhor agência do grupo Omnicom na avaliação dos clientes e de pessoas que estão conosco há bastante tempo. Isso é sinônimo de sucesso e consistência.
Leia a entrevista completa na edição do propmark de 7 de outubro de 2024