Marca de rodeio é franqueada
Ficou para trás o amadorismo nas arenas de rodeios. Um dos grandes eventos no setor de entretenimento no País é, cada vez mais, uma oportunidade para marcas dialogarem com um público numeroso. Atenta a esse filão, a Red Eventos, detentora da marca JRF (Jaguariúna Rodeo Festival), saiu na frente e assinou acordo de licenciamento com a W/Eller, empresa especializada na organização e produção de eventos. Com a operação, a W/Eller poderá explorar a JRF pelos próximos cinco anos.
O principal objetivo da companhia é torná-la uma marca nacional, por meio de uma espécie de franquia. Já neste ano, a W/Eller irá realizar o JRF Goiânia e o JRF Palmas, entre agosto e outubro. No próximo ano, a empresa pretende levar o evento para o interior do Rio de Janeiro, para outras regiões do Estado de São Paulo e para São Luís, no Maranhão. A meta é saltar dos atuais R$ 30 milhões de faturamento com o rodeio de Jaguariúna para R$ 100 milhões até 2013.
“Transformaremos a JRF numa plataforma de mídia e de ativação nacional. Em dois anos, pretendemos realizar dez edições do JRF pelo Brasil. Há poucos eventos com grandes marcas no setor de rodeio e as empresas sabem que precisam associar-se a conteúdo que tenha ligação com seu público”, argumenta Paulo Belotti, presidente da W/Eller.
A JRF promete ser uma boa oportunidade no ramo comercial. Criado em 1989, o rodeio de Jaguariúna é o segundo maior do País, atrás apenas da Festa do Peão de Barretos. A um custo de R$ 12 milhões, o evento conta com patrocínio de Oi, Mitsubish, LG e Ambev, e está com contrato até 2013 para o Camarote Brahma.
O JRF, com cotas de patrocínio que podem chegar a R$ 2,5 milhões, está mais valorizado que o de Barretos, o maior e mais tradicional rodeio do País. Hoje, a festa de Barretos conta com patrocínio dos frigoríficos Minerva, JBS, Friboi e da Brahma, com valores que podem chegar a R$ 1,5 milhão. “Os eventos prestam serviços para as marcas. Rodeio é uma plataforma fundamental, mas mal difundida no Brasil”, opina Valdomiro Poliselli Júnior, presidente da Red Eventos.
A JRF, porém, quer valorizar ainda mais o seu passe com o sistema de franquia. “Ao criarmos marca nacional, temos aumento da frequência e do alcance geográfico. Queremos crescer e qualificar o retorno de mídia, o que valoriza o evento”, aponta Bellotti.
Para a edição de 2011, mudanças estruturais foram feitas para receber um público de 250 mil pessoas em seis dias de festa. Foi reduzido para 12 mil o limite de ingressos para a arena de shows, o equivalente a duas pessoas por m2. A organização afirma que a mudança visa mais conforto, mas a alteração ocorre dois anos após um grave acidente na edição de 2009, quando quatro pessoas morreram e 50 ficaram feridas após um tumulto em um dos acessos à arena. Na ocasião, shows de Victor & Leo e de Roberto Carlos foram cancelados.
“Contratamos arquiteto em segurança, diminuímos a arena de shows e temos nova locação, com conceito de Festival Country ao ar livre. Quando pensamos em levar conceito em rodeios é porque não encontramos similares no Brasil”, afirma Bellotti.
por Keila Guimarães