Marcas dividem as contas entre várias agências em busca de especialização

Notou-se uma vontade de mudança refletida em agilidade, integração, flexibilidade, simplificação e, principalmente, talento

Encapsular o novo nem sempre tem o dinamismo necessário para se enfrentar os desconfortos da rota. Quando o fenômeno digital explodiu, há mais de 20 anos, quem apostou em ser ‘first’ teve dividendos mais rápidos por fazer essa opção.

Se no início eram blogs, sites e banners, por exemplo, o sinalizador de uma mudança radical viria com a campanha ‘The hire’, criada pela agência Fallon de Minneapolis para a montadora alemã BMW, uma série de curtas com média de 10 minutos cada, um deles estrelado por Madonna e com direção de Guy Ritchie, uma inovação para uma época na qual baixar conteúdos na web ainda era um desafio e tanto. A infovia digital se tornou irreversível, assim como a inteligência artificial é hoje.

Os meios tradicionais mantêm relevância, mas a especialização está muito além da mídia exibida nas TVs e da remuneração que trazem às agências de publicidade, incluindo as bonificações por volume de veiculação (BVs), uma das principais fontes de receita das agências. Estamos na terceira onda com o retail media sendo protagonista e absorvendo verbas generosas dos anunciantes e trazendo novos canais que orquestram estratégias que impactam diretamente os consumidores nos PDVs, algo que foi descortinado por fornecedores especializados.

Sandra Martinelli, CEO da ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) (Divulgação)

Performance, programática, SEO, CRM, e-commerce, listening, aplicativos, redes sociais, brand performance etc. exigem, sim, a presença de empresas focadas em cada um desses ‘cores’, e as marcas buscam diversificar sua cadeia de agentes para manter relevância estratégica por meio dessas disciplinas caudatárias da era digital.

Diversificar é realmente preciso. As majors também se flexibilizam para dar conta dessas novas demandas. Algumas, que preferem o anonimato, reclamam que têm chance de mostrar serviço e, também, da opção dos clientes se relacionarem com novos players dedicados a um core específico. Perder receitas em um momento de baixa rentabilidade e cobrança dos clientes por resultado alimentam relações no ambiente off the record.

A relação anunciante e agência mereceu estudo detalhado da WFA (Word Federation of Advertisers), o Global Media Charter, conduzido em parceria com a Media Sense. A ABA (Associação Brasileira de Anunciantes), associada da entidade global, fez tradução e batizou a versão nacional de ‘Guia ABA sobre o futuro modelo das agências’. “Notou-se uma vontade de mudança refletida em agilidade, integração, flexibilidade, simplificação e, principalmente, talento”, resume a introdução do documento feita pela executiva Sandra Martinelli, CEO da entidade.

Leia a íntegra da reportagem na edição impressa do dia 9 de setembro.