Marcas pecam nas suas contribuições com o bem-estar
O conteúdo produzido por grandes marcas globais é menos relevante do que o esperado por seus consumidores. Na verdade, a insatisfação é tanta que as pessoas não se importariam se 74% das marcas simplesmente desaparecessem. No Brasil, o cenário não é diferente. Apenas 37% consideram que empresas e marcas se comunicam honestamente sobre seus compromissos e promessas.
Essas são apenas algumas das constatações do estudo Meaningful Brands 2017, do Havas Group, que mede a relação entre performance das marcas e a qualidade de vida e bem-estar dos consumidores. A pesquisa avaliou 1500 marcas, ouvindo 300 mil pessoas de 33 países a respeito de suas impressões a respeito da relevância e contribuições das empresas.
Google, Paypal e Whatspp lideram o ranking global, seguidos por Youtube, Samsung, Mercedez-Benz, Nívea, Microsoft, Ikea e Lego. Ao longo dos últimos dez anos, as empresas com maior pontuação estavam no setor de tecnologia, mas pela primeira vez, as de internet dominam o ranking. No Brasil, Google, Brastemp e Mercedes-Benz são os melhores colocados, seguidos por Apple, BMW, YouTube, Samsung, Sony, Honda e Audi.
40% das pessoas acreditam que as marcas cumprem a missão de contribuir para seu bem-estar
De acordo com o levantamento, 84% das pessoas disseram esperar que as marcas produzissem conteúdo, enquanto 60% de todo o conteúdo produzido é considerado pobre, irrelevante ou falha na entrega do que propõe. O público também espera mais das contribuições das marcas para seu bem-estar e qualidade de vida (75%). No entanto, apenas 40% acreditam que as empresas estejam cumprindo essa missão.
Nesse quesito, o Brasil está acima da média global. 86% dos entrevistados acreditam que as empresas e marcas devem desempenhar um papel na melhoria de sua qualidade de vida e bem-estar enquanto 85% considera que as empresas e marcas deveriam estar ativamente envolvidas em solucionar problemas sociais e ambientais.
Apesar do cenário pouco otimista, alguns segmentos da indústria parecem compreender melhor como trabalhar a relevância de seu conteúdo. O turismo, por exemplo, foi o melhor no ranking no quesito efetividade. 47% dos ouvidos reconheceram a relevância das empresas no atendimento ao consumidor e ações em mídias sociais. Em contrapartida, 71% de conteúdo produzido pelo varejo foi considerado pobre e irrelevante. A pesquisa revelou ainda que as pessoas esperam mais conteúdo de entretenimento das empresas de saúde.
“Nós vivemos em um mundo de conteúdos em excesso. A cada dia, 500 milhões de tweets são enviados, 4.3 bilhões de mensagens no Facebook são postadas e 500 milhões de horas de vídeos no Youtube são produzidas. Nesse mundo, somente marcas que formem conexões significativas com as pessoas vão prosperar. Não é mais suficiente dispor de produtos que funcionem. Marcas precisam saber porque as pessoas se importam e o que faz sua empresa ser significativa”, destacou Yannick Bolloré, chairman e CEO do Havas Group.