Marketing direto evolui com digital
Na Fábrica, o ano foi de organização. Em resultados, a agência deve ficar no mesmo patamar que o ano anterior. “O ano foi muito bom para nós, no tocante ao aprimoramento de gestão e negócios. A Fábrica está mais com a pegada digital, do que das agências do passado. Todo mundo tem que ser multitask, as paredes, a formalidade estão ainda mais fora da ordem por aqui”, contou Luiz Buono, sócio da agência.
Para a Sunset, o ano foi positivo. A agência deve crescer 25%, em comparação ao ano anterior. “O ano foi excelente. Crescemos com consistência nossa atuação dentro dos clientes e ainda conquistamos novos”, falou Guto Cappio, presidente da Sunset.
A E|OU-MRM também colheu frutos em 2014. A agência acredita que vá fechar o ano com crescimento de 35% a 40%. “Conseguimos crescer muito apesar de ter sido um ano de adaptação e integração com o Grupo McCann”, disse o COO e EVP business da agência, Fábio Souza.
Com a evolução do digital, os limites do marketing direto estão cada vez mais complexos para serem determinados. “A definição de marketing direto é toda comunicação que se pode mensurar e transformar em uma base relacional. Isso é a base do digital. Eu gosto do nome Marketing Diálogo porque é uma rua de duas mãos. O que se fala agora é na integração das ações”, falou Kapulski. No entanto, ao menos por enquanto, a entidade não tem a intenção de mudar de nome.
Os executivos das agências também apontam para essa direção como o futuro do mercado. “Para aqueles que entenderam que toda atuação em plataforma Digital e Social compreende o seu mercado, estão como a Sunset: bombando”, disse Cappio. “O marketing direto hoje consiste no engajamento e criação de conexões entre pessoas, marcas e seus produtos e serviços. Seja por meio de qual canal for. Eu diria que hoje o marketing direto é o ecocardiograma que prevê, promove e corrige as distorções da era digital em nome da eficiência de negócios”, disse Buono.
Para 2015, as expectativas são grandes. “O cenário está complicado, mas a comunicação é necessária com o mercado assim”, disse Kapulski. “Macroeconomicamente, 2015 não será um bom ano. Mas, para o mercado Digital, ele vai continuar crescendo na casa dos dois dígitos, assim como a Sunset”, previu Cappio. “Como o mercado vai exigir muito mais eficácia, precificação justa e produtividade, acredito que estamos prontos para esse cenário. Durante 2014 inteiro, nos preparamos para esse momento”, disse Buono.
Pesquisa
Um dos destaques do ano para a Abemd foi a divulgação da pesquisa global sobre marketing orientado por dados, conduzida pelo Global DMA e pelo Winterberry Group. O estudo foi realizado com 17 associações de marketing e três mil profissionais de agências, anunciantes, fornecedores e empresas de tecnologia. Só no Brasil, foram 442 participantes. “O estudo confirmou a teoria de McLuhan, mostrando que o mercado é uma aldeia global. Os resultados foram muito parecidos em todo o mundo”, disse Kapulski.
Em todos os países, a importância do papel dos dados ficou entre 4,08 e 4,73, em uma escala de 1 a 5, sendo 1 para nada importante e 5 para muito importante. No Brasil, o índice foi 4,27.
Quando a questão se referiu ao crescimento do papel dos dados no futuro, o índice no mundo todo ficou entre 4,43 e 4,85, sendo 1 para ficando menos importante e 5 para ficando mais importante. O Brasil apresentou média de 4,57.
A pesquisa apontou que 80% dos ouvidos acreditam que dados são importantes para as iniciativas de marketing e 92% disseram que os dados desempenharão um papel importante no futuro. A intenção é que o estudo seja realizado anualmente.
A pesquisa mostrou que há um alto nível de confiança no marketing orientado por dados e as perspectivas de crescimento futuro. 83,6% estão razoavelmente confiantes ou extremamente confiantes. O índice geral é de 4,39, sendo que na escala 1 é pouco confiante e 5 é extremamente confiante.