Marketplace de pessoas para pessoas

Participar da 10ª edição do Fórum de Marketing Empresarial, que celebra essa ciência que tem no seu DNA o crescimento de negócios, reputação e, principalmente, conhecimento de gente, foi uma pausa importante para refletirmos ou nos lembrarmos de alguns fatos importantes.

A área de BI tornou disponível um volume de dados nunca visto antes. Mas essas informações manipuladas por inteligência artificial garantem uma visão de pessoas nada artificial. Os dados estão disponíveis para todos. Melhoram a agência. E melhoram o anunciante, que passa a propor briefings mais assertivos.

Todos nós estamos estabelecendo uma conversa consistente com as pessoas, que se revelam, se expõem. Sem vergonha, mas com atitude. E senso crítico. Sou o que sou, eis a nova questão! O diálogo é humano! O diálogo é tudo! O diálogo venceu! Os famosos Ps de Kotler, e outros que surgiram mais recentemente, continuam sendo essenciais. Mas o P mais importante é o P de People. Porque gente é para brilhar. Porque são as pessoas que transformam uma boa estratégia mercadológica em cases de sucesso. E a ideia é uma métrica humana. Capaz de trazer para o dia a dia soluções em qualquer área.

Da tecnologia à agricultura orgânica. Elon Musk tem ideias inovadoras. Mas Elon Musk é antes de tudo um cara que propõe inovações para outros caras. O Valor Humano da Marca é um tema excitante. Não só porque uma marca passou a ter perfil similar ao de uma pessoa. Mas pela necessidade de interagir de igual para igual com as pessoas nas plataformas interativas. Transparência, lágrima nos olhos, dor, sorrisos, emoção. Tudo que é humano deve estar no composto humano de uma marca. Temos de compreender o ecossistema de nosso mercado por meio dos profissionais que dele participam. Como é rico para a entidade focar nas pessoas que estão na gestão das marcas, produtos, serviços!

Quantas ideias a ABA tem tido no sentido de humanizar relações, mesmo quando se trata de um manual de compliance, por exemplo. Ter compliance é respeitar limites e ter olhar para um ambiente comum de respeito mútuo entre organizações e pessoas. Sem vantagens. Já foi o tempo que a lei de Gérson fazia sentido. Já foi o tempo que o jeitinho fazia sentido. Efetividade é um negócio monitorado e construído por pessoas. E foi por meio do calor humano proporcionado pelo marketing que conseguimos unir profissionais do ecossistema empresarial, agências, mídia e fornecedores de um modo geral para alavancar esse nosso propósito.

A ABA é a casa dos anunciantes e do marketing. E precisa do mar- keting para dialogar com os profissionais desse universo que deve funcionar como um lego. A definição desse propósito foi transformadora para a própria ABA. Porque o marketing tem de ser bom para a empresa e para a sociedade. Hoje a entidade tem trânsito em todas as esferas da sociedade porque entendeu que é preciso ser uma metamorfose ambulante. Mas consequente, coerente e produtiva. O calor humano é a chave. Nosso papel é usar essa chave para abrir e manter relações com os stakeholders de todas as esferas. O processo de transformação da ABA prossegue. Por isso me sinto honrada em receber o Prêmio Dirigente de Marketing do Ano, nesta edição do Fórum de Marketing Empresarial.

Sandra Martinelli é presidente-executiva da ABA (sandramartinelli@aba.com.br)