Mercado de veículos importados enfrenta queda
O mercado de veículos importados passa por um mau momento no Brasil. É o que indicam os dados da Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores), segundo os quais houve queda de 23% nas importações no primeiro semestre de 2013 – em relação ao mesmo período do ano passado. Nos seis primeiros meses deste ano, foram emplacados 54.506 veículos das fabricantes associadas à Abeiva. Entre janeiro e junho de 2012, porém, esse total chegou a 70.963.
Os resultados ruins fizeram a Abeiva alterar suas previsões para 2013. Em janeiro, a associação esperava que fossem comercializadas 150 mil unidades importadas no Brasil, mas a projeção foi reduzida para 120 mil. A média de veículos emplacados neste ano girou em torno de 9,6 mil por mês no primeiro semestre, número que precisa aumentar para 11 mil para que a meta seja atingida.
Dois fatores são considerados os principais vilões dos resultados ruins do semestre: a alta do dólar e o aumento do IPI (Imposto sobre produtos industrializados) em 30 pontos porcentuais em dezembro de 2011. Como a moeda americana estava desvalorizada no final do ano retrasado e o governo ainda não havia reajustado o IPI, houve aquecimento no comércio de importados e as encomendas se refletiram em bons números no primeiro semestre de 2012. “Os resultados são ruins. Só não são piores por as montadoras foram beneficiadas pelas cotas”, diz Flávio Padovan, presidente da Abeiva.
O executivo refere-se às cotas estabelecidas pelo governo após o reajusta do IPI. Segundo as regras, as montadoras que atenderem às exigências do Inovar-Auto, um programa de investimento da indústria automotiva no país, podem importar um certo volume de veículos isentos dos 30 pontos porcentuais de impostos extras. Segundo Padovan, o desafio da Abeiva é conservar a confiança dos grupos internacionais que a associação representa de que vale a pena manter os investimentos no Brasil. “Nos últimos meses, já foram anunciadas instalações de fábricas pelas associadas da Abeiva e outros estudos de viabilidade seguem seus cronogramas”, conclui o presidente.