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Não é raro o tema inteligência artificial vir acompanhado da confissão de um certo medo do domínio das máquinas sobre o homem. Assim também foi a palestra “Inteligência Artificial: como calibrar dados, algoritmos e emoções”, foi realizada na tarde deste domingo (17), durante o Festival do Clube de Criação, que acontece até segunda (18), na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. O painel, mediado pela jornalista Lena Castellón, contou com a presença de Cleber Paradela, VP de estratégia e criatividade da Sunset; Fernando Teixeira, head of practice do Sensei Adobe; Guilherme Novaes, líder de Watson na IBM Brasil; Marcelo Câmara, líder de inteligência artificial no Bradesco; e Rafael Fragoso, diretor de projetos e tecnologia da Publicis Brasil.

Mas, diferentente do que o senso comum (muito inspirado no cinema e na literatura) apregoa, o risco de os computadores se rebelarem contra os humanos é nulo. “A IBM chama de inteligência cognitiva, e não de inteligência artificial, porque isso não vai chegar longe se não tiver a contribuição humana. O sistema é capaz de processar linguagem natural, mas só se você treiná-lo. A partir deste treinamento, ele raciocina como nós”, explica Novaes.

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“A nossa profissão vai ser reinventada. Parte do que você faz, que é chato e que leva tempo, poderá ser feito por uma máquina de forma mais rápida e mais assertiva. As empresas – as quatro maiores: Microsoft, Amazon, Google e IBM – discutem até onde essa tecnologia pode chegar e quais os pontos éticos envolvidos para não passar a fronteira entre o humanon e a máquina”, fala o líder de Watson na IBM Brasil.

O executivo ainda falou sobre a inteligência artificial no mercado nacional. “O brasileiro é muito bom na crise e ele é muito criativo quando surgem tecnologias. O Brasil é um dos países que está mais avançado hoje neste tipo de sistema”, contou. De acordo com Novaes, o Bradesco tem hoje a instalação “mais avançada de inteligência artificial do planeta”.

A Bia (Bradesco Inteligência Artificial) foi desenvolvida para ajudar oscolaboradores a responderes as dúvidas dos clientes. “É maior implementação de Watson no planeta. São 94% das perguntas respondidas e 65 mil usuários”, conta Câmara.

Fragoso, por sua vez, falou sobre a necessidade de as agências fazerem investimentos maior nas pessoas. “A gente vê os clientes investindo com equipes internas, mas por que nós, agências, não investimos também? As pessoas têm de ter a cultura do digital e da tecnologia”, diz. O publicitário contou que o grupo Publicis pretende lançar em junho do ano que vem o Marcel, um sistema de inteligência artificial que somará a expertise de 80 mil funcionários. “Vai ser demais trabalhar com uma ferramenta dessas para quem tem grande criatividade, como os criativos das agências”, afirma.

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“Quando comecei a estudar, percebi que a gente pensa sempre pensa no medo. Todos os filmes de inteligência artificial dá merda. Percebi que a gente tem medo de que a máquina faça com a gente o que a gente faz com ela quando ela é mais burra. Eu resolvi encarar meu medo e me preparar”, conta Paradela.