Alê Oliveira

Foi lançado nesta terça-feira (28)  o 43º Anuário do Clube de Criação, na nova sede da entidade, no bairro de Pinheiros, em São Paulo.

O tema desta edição, “A criatividade está morta. Longa vida à criatividade”, é um convite à reflexão sobre o momento de mudança profunda na indústria da comunicação. Segundo a entidade, este é um momento “que está recheado por certezas que promovem verdadeiros atentados contra o novo ou contra o que foge às fórmulas e equações”. A direção de arte é assinada pelo publicitário Rodrigo Castellari, diretor de criação da F/Nazca Saatchi & Saatchi.

“Mais um ano e aqui estamos nós,  lançando o Anuário, que desta vez ganha vida por meio do talento do Castellari. O livro, que celebra as grandes ideias e as melhores execuções da propaganda brasileira, é editado pelo Clube de Criação há 43 anos ininterruptos. Uma prova de como a criatividade é vital, de como é capaz de atravessar o tempo, mesmo sendo tão atacada por medos, mediocridades, fórmulas, falsos profetas, etc”, analisa Fernando Nobre, presidente do Clube de Criação.
“O conteúdo do livro é mais uma prova de que quanto mais se tenta assassinar a criatividade, mais precisamos celebrá-la. Afinal, é ela, a criatividade, nossa principal arma de resistência”, afirma Castellari

Em entrevista coletiva, eles reforçaram o poder da criatividade em um momento difícil do mercado. Tanto que a  cor negra da capa da publicação representa esse “suicídio criativo” que o mercado vive. Mas eles ressaltam a força do Anuário,  que representa o que de melhor ocorreu na criatividade brasileira nos últimos meses, com trabalhos do mesmo nível de sempre.  “É um momento de muitas mudanças e estamos tentando nos adaptar. Mas a criatividade tem uma força grande para se reinventar, e o Anuário mostra isso”, reforçou Castellari. 

Ele ressaltou ainda que a criatividade não pode viver em amarras, com formatos definidos.  “Estamos reaprendendo tudo e isso pode tornar tudo mais comum na publicidade. Mas precisamos sair do modo de segurança e assumir o valor da criatividade ” , afirmou o diretor de arte. 

Um dos cases favoritos no Festival de Cannes em 2019, a ação da Nike protagonizada por Colin Kaepernick, foi citada como exemplo de importância da criatividade em tempos difíceis, já que o case usou a coragem, dividiu o público e deu retorno de negócios à companhia. 

Alê Oliveira