Em um país otimista pela retomada do crescimento econômico e do potencial de compra da população, não basta discutir apenas sobre tendências: é preciso falar sobre soluções reais. E essa é a visão positiva e construtiva que permeou todas as discussões aqui na Conferência da E-Commerce Brasil, em Florianópolis.

Recheadas de conteúdos inovadores e ao mesmo tempo muito práticos, as palestras dão uma excelente perspectiva das oportunidades e desafios que teremos pela frente em 2019.

Loja Física como CD

Sabemos que cada vez mais as lojas físicas devem proporcionar novas experiências e serviços complementares para o shopper. Mas, além disso, a grande tendência é que elas assumam também o papel de centros de distribuição para a loja virtual, com estoques personalizados aos hábitos de consumo de cada região. Esse movimento é impulsionado não só pelo crescimento das empresas de delivery, mas também pela necessidade de facilitar a logística de entrega em um processo omnichannel. Em redes como Leroy Merlin, o shopper consegue saber qual é o estoque exato dos produtos nas lojas físicas e pode optar pelo delivery ou click&collect.

Crescimento dos Marketplaces

O Brasil representa a região que possui mais marketplaces generalistas no mundo (ou seja, que vendem produtos de vários segmentos diferentes), tendo apresentado um crescimento de 90,7% em 2018. E a expectativa é de que o crescimento dessas plataformas continue muito forte para 2019. A tendência, inclusive, é de que os marketplaces liderem o tráfego orgânico das páginas de produto.

Neste cenário, a competição não será mais balizada unicamente por preço, e sim pela experiência de compra. Fatores como condição de entrega e melhor navegabilidade serão determinantes para a decisão do shopper.

LGPD e 1st Party Data

Sancionada no final de 2018, a Lei Geral de Proteção de Dados entrará em vigor em 2020, com regras especificas e restritivas quanto à coleta, armazenamento e compartilhamento dos dados dos consumidores. Por isso, é importante que o E-commerce se prepare para trabalhar estrategicamente com o First Party Data, ou seja, com os dados primários que são coletados dos consumidores pela própria empresa, sem envolvimento de terceiros.

Com isso, investir em CDPs (Customer Data Platforms) se apresenta como uma das principais soluções para criar uma base unificada e consistente, que agrega dados seguros provenientes de diferentes fontes. Sim, já estamos em 2019, mas gerir dados de maneira unificada e inteligente ainda se apresenta como um desafio bem persistente.

Esses são os highlights da conferência que seguramente vão permear muito do que vai rolar – e já está rolando – no cenário do e-commerce para esse ano. Apesar das especificidades de cada negócio, existe um objetivo crucial em comum: colocar o shopper no centro da experiência de compra.

 João Lopes é atendimento sênior na IntegerOutPromo