O núcleo de pesquisa da Editora Globo foi atrás e fotografou. 1.316 mulheres empreendedoras entrevistadas. Revelada a fotografia, descobertas e constatações.

1 – A média de idade da mulher empreendedora é de 42 anos. Sete em cada dez têm ensino superior ou pós-graduação. 6,2 em cada dez são casadas. 7,3 em dez têm filhos ou enteados – na média, dois. E três em cada quatro estão decolando enquanto empreendedoras. Portanto, empreendedoras de primeira viagem.

2 – De cada dez, 2,5 optaram por empreender no varejo. 11% dedicando-se ao negócio de restaurantes e alimentação, 10% em serviços, 9% na indústria, 7% em educação, 6% em beleza e estética, 6% em saúde, 5% em comunicação, 3% em entretenimento e 3% em atacado.

3 – A dimensão econômica de suas empresas apresenta forte concentração – 62% – de empresas com um faturamento anual de R$ 300 mil. E aí vai crescendo gradativamente, totalizando 11% de empreendedoras femininas liderando empresas que faturam de 1 a 10 milhões de reais por ano. E a partir daí, em todas as outras faixas, o percentual é de 1%. De 10 a 30 milhões, 1% de 30 a 50 milhões, e, 1% acima.

4 – A grosso modo, pouco mais de dois terços dessas mulheres trabalham em escritórios ou lojas próprias. Que são – 28% – em suas casas.

5 – Dentre as razões para empreender, 33% se depararam com uma oportunidade, 20% porque sempre sonharam em ter empresa, 9% por querer ser a própria chefe. E 62% dos recursos necessários para abrir o negócio eram próprios, 18% da família, 8% de bancos, 2% de investidores anjos.
6 – Os maiores apoiadores para as mulheres empreendedoras são seus companheiros (maridos), seguidos por pais, irmãos e filhos.

7 – As suas maiores dificuldades dizem respeito à carga tributária; a encontrar funcionários qualificados; em ter acesso a capital; a conciliar a vida de mãe com a de empreendedora…

Há exatos 50 anos, em 1968, Drucker
escreveu a sua obra mais instigante: Uma Era de Descontinuidades. Falava sobre um novo mundo que começaria a revelar os seus primeiros contornos a partir da virada do milênio.

E dizia que, dentre tantas razões, a mais importante causa das descontinuidades, seria A Nova Posição da Mulher na Sociedade.

Depois de milênios cuidando da casa e dos filhos, a mulher começaria a sair para trabalhar. Para o terceiro expediente – casa, filhos e trabalho. E a mulher, ao sair, base da família, e a família, eixo da sociedade, tudo se transformaria.

Como de hábito, o velho, querido, saudoso e generoso mestre estava absolutamente certo. Como na quase totalidade das previsões que fez, visionário de excepcional qualidade que era, e uma vez mais, acertou em cheio.

A nova história do mundo está sendo escrita, em sua estrutura, pela chegada do 4º ambiente, a Digisfera.

Já no tocante ao recheio dessa estrutura, ao capital humano devidamente reprocessado, renovado e revigorado, em decorrência da nova posição da mulher na sociedade. Empreendedoras do mundo, empreendedoras do Brasil.

Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing (famadia@madiamm.com.br)

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