Agora, os chatos dos “pés no saco sintaxistas digitais” decidiram bisbilhotar e palpitar em nossas vidas. Absoluta falta do que fazer e vontade de transferir suas inseguranças para as demais pessoas. Paul Valéry, 1871 a 1945, foi sintético, direto e definitivo. Um dia urrou com toda a força de seus pulmões: “Não me encham o saco, não me policiem. Odeio tutelas. A sintaxe é uma faculdade da alma”.

E é o que sempre deve prevalecer. Faça e escreva do jeito que você acredita traduzir da melhor maneira possível quem você é, e o que verdadeiramente está querendo dizer.

Repito, sempre do seu jeito. Você é você e não se discute mais isso. Claro, apenas esmere-se e seja irretocável na gramática. A menos que queira se converter num espantalho ou simulacro tolo, fraco e submisso dando importância a desocupados. O meu jeito de ser é escrever do jeito que minha cabeça, mãos e dedos direcionam. E traduzindo aquele meu momento; como me sinto e vivo.

Isso posto, até hoje, volta e meia vem alguém e fala: “Madia, você não deveria usar tantas maiúsculas. Isso significa no ambiente digital que você está gritando”. E eu respondo:

1. Não significa porra nenhuma. Algum gozador ou desocupado inventou essa bobagem, e os ingênuos de todo o gênero a repetem à exaustão;

2. Tô gritando mesmo, dependendo do assunto. Quero gritar Parabéns em maiúsculas e mais másculas para todos os meus queridos amigos. Quero sentar a lenha em megas maiúsculas toda vez que me refiro aos políticos lamentáveis e corruptos.

Quero expulsar aos berros, como Cristo fez com os vendilhões do templo, os canalhas que arrasaram nosso país por corrupção, ignorância, burrice. Os tóxicos e corrosivos sem noção, tipo a senhora Dilma e seu amarra cachorro Guido. E por aí segue. Vou continuar escrevendo como me der na telha, e respeito o que nos ensinou o grande poeta e escritor, Paul Valéry.

Agora, para nos atormentar mais ainda, vem uma suposta pesquisa realizada por desocupados das universidades de Amsterdã e de Israel, nos advertindo sobre os perigos de usarmos emoticons em nossas manifestações no digital. Segundo o lixo dos dois estudos, no ambiente corporativo sugerem que o autor é menos competente.

Eu quero que os pesquisadores de Amsterdã e Israel vão solenemente à merda. Se me der vontade de usar rosinhas, carinhas, sinais, letras, exclamações, raios, bundas de fora e melecas gigantes, muito especialmente raios e estrume na cabeça deles, vou usar. Assim como Paul Valéry, repito, não me encham o saco.

Não me venham dizer como devo ser e muito menos me comportar. E depois vem com toda uma justificativa rançosa, burocrática, enfadonha, que só não provocam sonolência irresistível e insuportável porque irritam profundamente. Assim, antes que eu me esqueça, doutos pesquisadores…

É isso amigos, continuem sendo como são. Coloquem pra fora do jeito que vocês quiserem. Desabafem, protestem, manifestem-se. Autenticidade é isso. Posso até discordar do que você vai dizer, mas, jamais, em momento algum, terei a menor dúvida de que é você mesmo que está se manifestando. Sendo, o que disse que era. Fazendo, o que disse que ia fazer. Do seu estilo e jeito. Esse é você. E os incomodados que se retirem, pra dizer o mínimo.

Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing (famadia@madiamm.com.br)