Sergio Junqueira, Luciana Schwartz, Tiago Ferrentini, Pedro Barbastefano e Luiz Félix (Fotos: Alê Oliveira)

A edição 2019 do Print Summit aconteceu nesta terça-feira (29) na ESPM Tech em São Paulo e reuniu profissionais de gráficas, agências e veículos de mídia para debater a importância do impresso. 

Armando Ferrentini, publisher do PROPMARK, abriu o encontro falando que o print não vai morrer e que o online veio para acrescentar ao mercado. “Fala-se muito a respeito da batalha entre o on e offline e acho que está mais do que na hora de relembrarmos fatos onde foi convocada a publicidade para resolver a questão de dois mundos diferentes, ou esclarecer uma boa parte da população. A respeito das diferenças e desencontros entre um mundo e outro”, comentou Ferrentini.

“Não seria de todo mal eventualmente pensarmos em uma campanha publicitária para que provocássemos uma encrenca, no bom sentido é claro, para que as coisas sejam faladas. Apesar da juventude ser muito dedicada ao online, temos que mostrar a importância continuada do que é o impresso. Nós estamos hoje em um mundo digital, mas estamos falando aqui do uso em termos de receitas. E é importante que se pense nessa campanha, eu ofereço meus veículos para a campanha ser veiculada, procuraremos os grandes jornais que tenham interesse em aderir para que a gente mostre ao público que o print não vai morrer nunca. O online veio para acrescentar ao mercado e não para acabar com o mercado do offline”, disse.  

Em sua palestra, Sergio Junqueira Arantes, CEO da Eventos Expo Editora, falou sobre online e impresso estarem caminhando juntos.

“Os ambientes físico e online fazem parte intrínseca do mundo real e já não dá mais para separar. São duas faces de uma mesma moeda, temos de viver nessas duas faces se nós queremos sucesso”, alertou.

O empresário chamou a atenção para grandes marcas digitais que investiram em peças impressas como Netflix, Uber e Airbnb.

Alternativas

Luciana Schwartz, da VML, Pedro Barbastefano, da 29Horas e Luiz Felix, da Africa apresentaram cases nacionais e internacionais chamando a atenção do público para as alternativas crossmedia.

Baseada nos modelos americano e francês, Luciana comentou sobre a reinvenção dos grandes periódicos a partir de ações integradas entre impresso e online. “Esse é um exemplo de como o mercado reage e amadurece. Todas as empresas que o Le Figaro tem e a receita de serviços de e-commerce, print e digital, eles se movimentam em performance porque não tem como não se movimentar. A publicidade no digital tem problemas ainda, mas eles vêm se movimentando como podem, a própria mídia digital com a lei geral de proteção de dados. Eu sou uma nativa de offline e não tive como não me digitalizar”, defendeu.

“O conteúdo sempre é relevante seja qual for a plataforma, os meios se complementam. Hoje a Black Friday foi 50% digital e 50% impressa, o mercado está se acomodando”, atenta a criativa.

Barbastefano apresentou o case da Revista 29Horas, que há 10 anos circula no aeroporto de Congonhas e, agora também está no Santos Dumont. O publisher contou sobre a força do OOH para o setor e as soluções encontradas pelo veículo para chamar a atenção do leitor.

Segundo Barbastefano, uma saída para a revista seguir sendo relevante foi a estratégia de levar para o ambiente digital conteúdo exclusivo. “Fazemos uma entrevista pingue pongue com os personagens das capas em formato digital e o leitor tem acesso a partir de um QR Code impresso na revista”, disse.

Já Luiz Felix, criativo da Africa, afirmou ser um aficionado por conteúdo impresso e mostrou o movimento que a agência tem feito no sentido de integrar as mídias. Ele expôs o case Tagwords, para Budweiser e, também uma campanha de combate às fake news para a editora Penguin Books.

 Após as palestras, foi aberto um debate mediado pelo diretor executivo do PROPMARK, Tiago Ferrentini, onde os participantes falaram sobre novas formas de mensurar a eficácia do impresso e como as agências conduzem briefings para que contemplem estratégias integradas de mídia.

Durante o evento, Carlos Jacomini, da Associação Brasileira de Empresas com Rotativas Offset (ABRO) lançou o Selo Papel Legal, que servirá como um ISO da categoria com o intuito de reconhecer empresas gráficas em três frentes: ética, ambiente concorrencial e valor de empresas.