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Apropriando-se do design característico das calçadas de São Paulo, os publicitários André Castedo e Kaio Silva criaram intervenções urbanas que simulam moradores de rua cobertos com a própria “estampa” das calçadas – uma forma de representar a camuflagem que sua condição social os impõe. As intervenções foram espalhadas por 16 pontos da região da Avenida Paulista, ao longo dos 4 dias do feriado prolongado da Revolução Constitucionalista de 1932.

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Uma característica marcante das calçadas de São Paulo é o seu design, com o mapa do estado estilizado. Outra característica marcante, mas normalmente ignorada, é a população em situação de rua. A capital paulista tem atualmente cerca de 25 mil pessoas morando nas ruas, segundo estimativa da Prefeitura de São Paulo.

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“O design das calçadas talvez passe despercebido pra quem nasceu em São Paulo. Mas, pra quem vem de fora, é algo bem chamativo. Também chama atenção a quantidade de moradores de rua, que, infelizmente, acabam por se transformar em mais um elemento da paisagem urbana. Pessoas que sofrem com o frio, a violência e o estigma social – muitas delas, que, assim como eu, vieram para cá em busca de trabalho e melhores condições de vida”, afirma Castedo, um dos responsáveis pelas intervenções, carioca e há um ano morando na capital.

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“Em algum lugar próximo à sua casa ou ao seu trabalho, certamente há moradores de rua. Você passa por eles todos os dias. Os vê mais do que vê certos amigos ou familiares. Mas realmente os enxerga? Seria capaz de descrever sua fisionomia ou reconhecê-los em outro contexto?”, questiona Silva, filho de brasileiros nascido em Los Angeles, outra cidade que enfrenta um grave problema de aumento da população em situação de rua.

A ação continuará durante os meses de inverno e, além de chamar a atenção dos pedestres, visa também incentivar a população a ajudar os moradores como puderem, não esperando uma solução vinda do poder público.