Cecilie_Arcurs/iStock

Este ano será melhor do que aquele que passou. Esta foi, é e sempre será a frase do brasileiro, incorrigível otimista. Ainda bem, porque o contrário seria um desastre, já que motivos não faltam. Mas, desta vez, parece que não é só pensamento positivo. Ao menos o mercado publicitário acredita que a tormenta passou e a retomada do crescimento é coisa certa. 

Alguns anunciantes, por exemplo, se dizem animados e compartilham da ideia de que o pior passou. Apenas um ou outro profissional é meio cético e segue cauteloso. No entanto, se olharmos para a recente previsão do Banco Central, que tem expectativa de expansão de 2,7% da economia neste ano, a correção da rota está em pleno curso. Se por um lado as eleições trazem um cenário de incerteza para o segundo semestre, por outro, o mercado demonstra otimismo. Por isso, os investimentos em estratégias de marketing e publicidade tendem a ganhar musculatura já nos primeiros meses do ano.

Pode ser apenas uma baita vontade que as coisas melhorem, mas líderes das principais agências, entre respostas bem-humoradas e enigmáticas, reconhecem que 2018 pode ser um ano especial. Temos de lembrar que será especial porque teremos eleições. Porém, antes da contagem de votos, haverá Copa do Mundo. Ambos episódios prometem movimento considerável no cenário geral. “Não sabemos se teremos calmarias ou tempestades. Só posso dizer que, como sempre, queremos trabalhar muito, cada vez melhor. Sou tão otimista que tenho certeza de que o Corinthians vai ser campeão da Libertadores 2018”, brinca Luiz Sanches (AlmapBBDO).

“Eu imagino que 2018 traga um pouco mais animal spirit, aquele desejo de investir, em um cenário mais otimista. Não sou iludido, não vai ser um ano fácil, mas tenho convicção de que 2018 vai ser um ano em que a gente vai conseguir esquecer a dureza que foi 2017”, afirma João Livi (Talent Marcel). Rodolfo Medina (Artplan) concorda com Livi: “Esperamos uma melhora no cenário macroeconômico, impactando positivamente nosso mercado”. Fabio Gallo, da Aner, que representa o meio revista, acredita que 2018 “promete gradual recuperação da economia, ainda que marcada pela tradicional turbulência provocada pelo processo eleitoral”. “O ano vai ser uma ocasião importante para que a mídia revista reforce a credibilidade de sua informação. Estamos vivendo a era das fake news, um cenário de desinformação que pode ter consequências nefastas para a sociedade e para o cidadão”, alerta.

Ricardo Pedreira, da ANJ, acha que os avanços e ajustes, somados à retomada do crescimento econômico, apontam para dias melhores. Segundo ele, o meio jornal está investindo mais em tecnologia, sobretudo na captação e análise de dados dos leitores, o que lhes permite conhecer mais os hábitos e preferências de modo a produzir conteúdos jornalísticos mais adequados. Já Fábio Coelho, do Google, lembra do surgimento de um novo modelo de agência, além dos desafios de simplificar a publicidade digital e da necessidade de ajudar as empresas na mensuração e no entendimento dos dados. Para ele, o meio digital enfrentará desafios, nada que não esteja previsto, para um segmento relativamente novo. Também para o meio rádio as expectativas são boas. “Prevemos crescimento acima da inflação. Pensamos em aumento real de cerca de 2%”, arrisca Luis Roberto Antonik, da Abert. Assim seja! Feliz 2018!