De um lado do ringue, as “feras” do setor de startups. Do outro, os “leões” da publicidade em um grande espaço de ideias. Essa foi a proposta do “Na arena com os leões” – A Publicidade brasileira no ecossistema da inovação”, encontro realizado nesta terça-feira (16), em São Paulo.

Promovido pela Federação Nacional das Agências de Propaganda (Fenapro), em parceria com a Nahas – Sociedade de Advogados, a primeira edição do evento teve objetivo de colocar empresários do mercado publicitário em contato com projetos de startups, e de quebra, debater com investidores e empreendedores oportunidades de negócios.

Alê Oliveira

“O mercado está mudando muito e exige das agências um novo modelo de negócios. Qual? Ninguém sabe muito bem. Mas diante de modelos inovadores e disruptivos das startups, pensamos em aproximar esses dois mundos. Como fazer com que as agências enxerguem essas novas configurações? Essa é uma oportunidade para se repensar e até mesmo para que as agências se incorporem e ajam junto com as startups”, explica Alexis Pagliarini, superintendente da Fenapro.

O encontro foi inspirado no modelo norte-americano conhecido como Shark Tank, em que startups têm a oportunidade de realizar ‘pitches’, apresentar seus projetos a potenciais investidores ou facilitadores de contatos que possam contribuir para o entendimento dos seus negócios. Participaram cinco startups e aproximadamente 30 representantes de agências e uma equipe de especialistas, inclusive em aspectos legais relacionados ao perfil dos negócios apresentados.

“O projeto foi criado para trazer novas ideias para o mercado de comunicação, no momento em que as agências precisam rever seus modelos de atuação, levar novas soluções para seus clientes e, principalmente identificar oportunidades inovadoras de negócios que são geradas, cada vez mais, por startups”, afirma Glaucio Binder, presidente da Fenapro.

O encontro também tratou das questões jurídicas que permeiam a estruturação e o crescimento linear desses novos modelos de negócio. Segundo Rodrigo Nahas, sócio do escritório que leva seu sobrenome, há vários instrumentais jurídicos para garantir segurança e evitar riscos tanto para investidores quanto para os empreendedores. “Fazendo a ponte com as agências de publicidade, não se busca necessariamente aporte material, mas expertise. Um valuation para um investidor meramente monetário é um, já para o que te agrega pensamento, conhecimento, estrutura, cliente e network, precisa ser outro. E para isso é preciso ter uma roupagem jurídica”, defende.