Com capa ilustrada pelo famoso Dorinho Bastos, um dos mais antigos colaboradores deste semanário, que entre tantas atividades leciona sobre artes publicitárias na USP, o respeitável leitor tem em mãos um exemplar da edição comemorativa dos 53 anos do PROPMARK.
A matéria principal da mesma, com chamada na capa (Jornal celebra 53 anos com debate do mercado), foi produzida durante painel que celebrou mais uma passagem de ano deste jornal, realizado na ESPM Tech.
O painel, dividido em três blocos, contou com a participação de importantes diretores de agências e anunciantes do mercado, abordando temas relevantes e preocupantes, que povoam as cabeças das lideranças e dos seus liderados.
Cada painel teve um condutor: Kelly Dores, Paulo Macedo e Alisson Fernández, que mediaram os debates. As questões então discutidas estão em aberto para os leitores que queiram abordá-las, bastando para isso enviarem as suas opiniões a respeito para a nossa Redação.
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Falando do significado desta data, para nós motivo de justificado orgulho, sabe o leitor que nos acompanha com frequência que não se trata de tarefa fácil a cobertura jornalística de uma atividade em permanente mutação, na qual as ideias envelhecem muito rapidamente e a incessante procura do novo pode representar o sacrifício e a glória.
Se acima falamos da atividade publicitária, que hoje pode ser melhor chamada de comunicação do marketing, o exercício jornalístico sobre a mesma não deixa de ser, da mesma forma, altamente perecível.
Por esse e muitos outros motivos, enquadra-se na extensa e delicada categoria do jornalismo especializado, que requer dos nossos profissionais conhecimento suficiente para extrair, dos seus interlocutores, o máximo de informações abalizadas sobre a construção de uma campanha, ou mesmo de uma admirável peça isolada de propaganda.
Todo esse trabalho, repleto de preocupações sobre o resultado final de cada matéria jornalística, faz parte do nosso dia a dia há exatamente 2.696 semanas, descontadas as paralisações de fim e de início de ano.
Trata-se, porém, de um trabalho gratificante para o profissional do jornalismo, porque lida com pessoas em geral criativas, que dão a contribuição das suas ideias não apenas na criação propriamente dita de cada trabalho publicitário, mas em todas as fases anteriores e posteriores à geração de uma peça ou campanha, cuja glória maior não é ganhar um Leão de ouro, ou até mesmo um Grand Prix em Cannes.
Claro que esses prêmios, como os demais que inundam o mercado, são fundamentais para as agências e seus colaboradores. Mas a glória maior de uma peça, ou de um conjunto delas (campanha), é fazer tilintar, se possível continuadamente, a máquina registradora do caixa do anunciante.
Se isto ocorrer e ainda por cima vierem prêmios de reconhecimento, é a tão sonhada glória de qualquer publicitário que ama com paixão redobrada o seu trabalho.
Há um outro lado nessa missão jornalística, que é a necessária aproximação com as pessoas físicas e jurídicas que compõem esse vasto mercado (já foi maior), mantendo, porém, a necessária “equidistância intelectual”, para que se desenvolva com plenitude uma das mais importantes funções jornalísticas, que é a de opinar.
Forçoso é reconhecer que hoje essa tarefa é melhor compreendida do que no passado. A evolução do que chamamos de liberdade de expressão também passou a assistir em, parte considerável, o exercício do jornalismo.
No passado – e vivemos essa época – era mais difícil, porque eventuais críticas a trabalhos eram transportadas para o lado pessoal, ferindo (segundo alegavam) os publicitários-autores.
Dado o estilo crítico que sempre norteou o PROPMARK, desde os tempos de Asteriscos (denominação antiga desta publicação), tivemos inúmeros problemas nesse sentido, alguns inclusive não apenas desfazendo amizades, como indo parar na Justiça.
Sobrevivemos ilesos a todas as incompreensões e hoje aqui estamos, comemorando nossos 53 anos de circulação ininterrupta, com o mesmo diretor-responsável (fundador) da publicação, o que deve se constituir senão em fato único, ao menos em fato raro não apenas no jornalismo especializado, como também na chamada grande imprensa.
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Não poderíamos encerrar este Editorial, com o qual homenageamos todo o mercado que luta bravamente para se sobrepor às dificuldades do atual estágio da nossa economia, sem um agradecimento especial aos anunciantes desta edição comemorativa, que fizeram questão de manifestar o seu reconhecimento à nossa já longa trajetória, através do produto final da atividade publicitária, que se traduz no anúncio.
A todos, inclusive aos que não puderam comparecer nesta edição dessa forma, os nossos agradecimentos pelo respeito e apoio que sempre recebemos, animando-nos para o prosseguimento deste apaixonante ofício da imprensa especializada.
Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda (aferrentini@editorareferencia.com.br).
