Nossa depauperada economia, que tem provocado grave crise ao país nos últimos anos, começa a dar sinais de adeus, com a aprovação pela Câmara Federal, embora com restrições, do projeto de reforma da Previdência apresentado pelo Executivo (Paulo Guedes), cujo escopo inicial previa uma economia de cerca de um trilhão de reais em dez anos.

Claro que os mentores do projeto inicial sabiam que haveria restrições, cortes e inclusões, porque a matéria é extremamente delicada e mexe com muitos interesses.

De qualquer forma, tendo chegado até aqui onde chegou, já se trata de um bom prenúncio, com o Executivo admitindo que se a economia anteriormente prevista puder ser rebaixada por uma cifra entre R$ 800 bilhões e R$ 900 bilhões, no mesmo prazo anteriormente previsto de dez anos, mesmo assim estará de bom tamanho.

Essa manifestação já provocou melhora em praticamente todos os setores das nossas atividades econômicas. No segmento publicitário, por exemplo, agências sentiram nos últimos dias manifestações positivas de alguns dos seus principais clientes-anunciantes, retomando a postura de aumentar seus investimentos publicitários, o que reflete a volta de ânimo ao mercado.

Vamos torcer – e muito – para que de fato o projeto caminhe bem e seja definitivamente aprovado e posto em prática, para que possamos retomar o caminho correto do nosso desenvolvimento.

As forças do mal que torcem para que nada dê certo não podem se sobrepor aos interesses e necessidades da grande maioria do povo brasileiro, que apesar de todas as agruras destes últimos tempos prossegue lutando para manter uma condição mínima de existência, sem perder a esperança jamais.

É tarefa de todos nós acreditar nessa superação, tendo em vista principalmente a ausência nesse quadro de outra alternativa, a não ser a quebra do país lá adiante, como já ocorreu com outros que preferiram ignorar o óbvio.

 

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No universo publicitário do planeta, há marcas e produtos que sempre fizeram questão da boa companhia da criatividade, na sua comunicação mercadológica. Quem frequenta o Cannes Lions desde os primórdios, além de consultar todos os books e outras formas de apresentação de boa publicidade que se pratica nos cinco continentes, tem guardadas na lembrança pelo menos 50 marcas e produtos que sempre se sobressaíram pela excelente qualidade da sua comunicação publicitária.

Um deles é sem dúvida o que aqui no Brasil convencionamos chamar de Fusca, o pequeno grande veículo de passageiros que sempre surpreendeu, além da sua apurada técnica, que entre outras inovações incorporou a refrigeração a ar do seu motor, muito provavelmente em razão do avanço das tropas nazistas pelo norte da África, durante a Segunda Guerra Mundial, cuja incursão pelo deserto dificultaria a obtenção de água para esse fim.

Pois os responsáveis pelo Fusca sempre souberam tratá-lo com uma publicidade campeã, cientes de que aquele projeto inovador deveria fazer jus a uma comunicação idem, o que sempre o acompanhou. Que outra indústria automobilística teria a ousadia de transmitir ao seu provável consumidor uma das mais famosas mensagens publicitárias de todos os tempos, pela verdade, pelo soco na cara da sua curta duração de apenas duas palavras e por ter percebido muito antes das demais marcas e produtos concorrentes, que um dia – naquela época ainda algo impensável – o petróleo seria menos abundante e, em consequência, mais caro enquanto durasse?

Levando em conta esses fatores e obedecendo à fidelidade já consagrada pelo produto e sua marca, de que uma das razões do seu enorme sucesso residia na sua admirada e aplaudida propaganda, foi criado pela sua agência e aprovado com louvor pelo cliente um dos clássicos da publicidade mundial até hoje: “Pense pequeno”.

Até hoje digna de aplausos, não apenas por casar perfeitamente com o produto anunciado, mas por desafiar uma das mais tradicionais e ambicionadas formas de pensamento, até hoje praticada pelo ser humano e que se constitui em também duas palavras, que teimamos em transmitir aos nossos filhos, netos, alunos e quem quer que possa alcançar nossa voz: “Pense grande”.

Apesar de toda essa linda história, na qual sempre se sobressaiu a capacidade e em consequência os resultados surpreendentes de uma boa comunicação publicitária, um outro ensinamento finalmente prevaleceu, inclusive fazendo com que o gênero humano finalmente abraçasse a sua incontestável verdade: “Nada é para sempre”.

Assim, após mais de 80 anos de história de um produto automobilístico que muito ajudou a mudar o mundo a seu tempo, foi produzida a última unidade do Fusca em todo o planeta. Isso ocorreu na última semana, em Puebla (México), em cuja fábrica da Volks ainda se produzia a terceira geração do tradicional projeto Fusca, cujo design original foi concebido, vale a lembrança, por ninguém mais que o legendário Ferdinand Porsche, atendendo às recomendações de Adolf Hitler, que ambicionava ver a população alemã motorizada. Daí a denominação Volkswagen, “carro do povo”, sonho do ditador jocosamente imortalizado – entre tantos autores – pelo genial Charles Chaplin, no inesquecível longa O grande ditador, por ele parodiado nessa grande obra cinematográfica, produzida e lançada no início da Segunda Guerra Mundial (1940).

 

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José Roberto Maluf, ex-diretor do Grupo Bandeirantes, SBT e Fundação Cásper Líbero e recentemente nomeado pelo governador paulista, João Doria, presidente da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura e demais plataformas), acaba de contratar Carlos Henrique Nascimento, ex-diretor comercial da TV Globo, com a missão de dirigir e expandir o setor comercial da TV Cultura, incluindo licenciamentos e outras plataformas de negócios que integram a Fundação Padre Anchieta.

 

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A matéria com chamada principal de capa desta edição remete ao live marketing, contando como o setor projeta mais negócios e se consolida na estratégia de comunicação das marcas, prevendo grande movimentação neste segundo semestre. Levantamento da Ampro de 2017 aponta que o segmento fatura em torno de R$ 44 bilhões em todo o Brasil.

Nesta matéria de capa, registramos que a experiência é a grande demanda atual, com as ações promocionais ganhando protagonismo.

Armando Ferrentini é diretor-presidente e publisher do PROPMARK (aferrentini@editorareferencia.com.br).