Muitas críticas na imprensa geral aos pré-candidatos à Presidência da República, durante e após o debate da última quinta-feira (9) na Band. A maioria deles bem que mereceu, como já era esperado. Porém, temos de admitir que alguns se salvaram e demonstraram ter condições de disputar o cargo mais importante do país.

O excesso de debatedores prejudicou o brilho de alguns, contaminando o todo e provocando no telespectador a percepção de uma mediocridade que não pode ser geral entre os pretendentes à cadeira presidencial, que lá estavam cumprindo, em sua maioria, apenas um dever de presença.

Temos de acreditar que de um punhado deles, menos da metade dos presentes ao debate, haverá de sair um a ser ungido pelos eleitores brasileiros como o eleito, com todas as conotações que essa palavra pode significar.

E será nele (ou nela) que apostaremos nossas esperanças para um país melhor e mais justo para os mais de 205 milhões de habitantes, que hoje vivem uma crise sem precedentes na história deste país.

Se, sob o aspecto econômico, podemos admitir que o pior já passou, embora não por completo, permanece a séria questão da degradação moral da política e dos políticos em geral.

Os últimos anos desnudaram por completo (ou quase isso) a corrupção nas hostes oficiais, deixando em um primeiro momento a população atônita e, como consequência, agora ainda mais descrente da classe política que a representa.

A preferência, de uma boa parte do eleitorado, pelo (ainda) candidato preso em Curitiba, pode gerar nele a sensação de que é o menos comprometido com os graves erros de uma classe política que tem deixado muito a desejar aos habitantes deste imenso país.

Para ele, pode ser até vantajoso o seu isolamento atual, que o poupa dos inevitáveis ataques dos adversários, caso estivesse presente ao debate.

Porém, o eleitor minimamente esclarecido sabe dos seus erros e não se deixa iludir por truques de interpretação, como o que afirma que todos roubam, ou aquele mais antigo, inventado pelo próprio então candidato A. de Barros, nas diversas eleições das quais participou tendo ganho algumas: “Rouba, mas faz”.

Inadmissível essa autoafirmação nos dias atuais.

Voltando ao debate, há, sim, alguns poucos dentre eles em condições de governar o país. Quando o primeiro turno reduzir para apenas dois os candidatos (não acreditamos em vitória de um deles já no primeiro turno), deverão ficar os melhores ou, se o leitor preferir, os menos ruins e, a partir daí, poderemos enxergar condições em pelo menos um deles de governar o Brasil.

Para tanto, porém, será necessário deixar-se de lado as preferências ideológicas, sejam elas quais forem, levando-se em conta com maior interesse a capacidade gerencial do candidato, sua seriedade no trato com a coisa pública, sua sensibilidade para distinguir o certo do certo e não apenas o certo do errado, que é menos complicado.

Obs.: O debate na Band alcançou 8 pontos no Ibope, com média de 6,2, batendo recorde de visualizações de lives no YouTube no Brasil, com a marca de 390 mil visualizações simultâneas no canal de jornalismo da emissora, segundo a informante Ana Beatriz Fidelis.

 

***

 

Enquanto isso e agora olhando para o mercado publicitário como um todo, no qual o PROPMARK atua há 53 anos ininterruptos, faz-se necessário um esforço de compromisso com o país.

Queremos dizer com isso que não se pode estimular a crise com a restrição às verbas publicitárias, como tem ocorrido nestas últimas semanas e meses.

Esse tipo de retração só faz crescer o problema que a todos atinge e  muitos não se atrevem a nominar, com receio de voltar a ocupar o lugar comum que ocupou no passado recente em nosso país. Sim, estamos nos referindo à recessão, a essa crise econômica que tem ultimamente entre nós adotado o comportamento sanfona, abrindo e fechando com cada vez maior frequência entre os seus intervalos, causando ainda maiores estragos junto à população.

Para os mais novos, é bom lembrar de uma campanha publicitária encetada pelo próprio governo federal da época, com apelos ao empresariado para que dela também participasse, vendendo otimismo e uma boa dose possível de consumismo, para que a economia não congelasse.

Embora sob outro viés e por motivos até diversos, seria de todo oportuno que a alma do negócio que é a propaganda, hoje tendo à disposição armas mais poderosas, servisse de calço para a tão necessária retomada.

Quem conhece em profundidade os saltos econômicos dados pela humanidade, sabe que foram sempre estimulados pela comunicação, conforme o arsenal da época.

 

***

 

Cinquenta anos esta noite. Meio século do Prêmio Colunistas, com comemoração e entrega dos prêmios aos vencedores da versão 2017 do Colunistas Brasil, no Limelight, em São Paulo. Na ocasião, também receberão suas láureas os vencedores do Colunistas São Paulo do mesmo período.

O mercado publicitário brasileiro abriga muitas premiações, mas a mais tradicional é o Colunistas, com a sua inquietação de examinar, através dos muitos jurados das suas regionais espalhadas pelo país e da versão final representada pelo Colunistas Brasil, os trabalhos concorrentes com o olhar do consumidor.

É a ele que a publicidade é dirigida. É ele quem dá a última palavra na aquisição dos bens e serviços anunciados. Daí ser o juiz mais importante no julgamento da propaganda a ele direcionada.

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda (aferrentini@editorareferencia.com.br).