Projeto do vereador e presidente da Câmara, Eduardo Tuma, já obteve a primeira aprovação (Crédito: Prox Mídia)

Quando o assunto é a publicidade em vias públicas, a cidade de São Paulo obedece a Lei Cidade Limpa, que foi decretada pelo prefeito Gilberto Kassab, em 2007. Nos últimos dias, um projeto de lei, de autoria do vereador e presidente da Câmara Eduardo Tuma, pede a colocação de publicidade nos topos dos edifícios da cidade. O projeto, que já foi aprovado em uma primeira votação no final do mês de agosto, só vai ganhar as ruas se passar por uma segunda votação e obter a sanção do atual prefeito Bruno Covas.  

“A ABOOH e seus associados seguem a legislação de cada cidade onde temos atuação e a Lei Cidade Limpa foi e continua sendo uma referência e exemplo não só para para o mercado nacional, mas também internacionalmente. Vamos procurar sempre seguir as normas que forem definidas. Ainda é um projeto e não está aprovado”, comenta Paulo Stephan, diretor-executivo da ABOOH (Associação Brasileira de Mídia Out of Home).

Para João Batista de Oliveira, presidente da Central de Outdoor, a cidade de São Paulo deveria abraçar a ideia. “A mídia exterior evoluiu muito nos últimos anos. Está sempre se modernizando. A maioria dos municípios conta com uma lei que regulamenta e disciplina o setor fazendo com que o meio conviva em harmonia com o ambiente urbano. Observo com muito otimismo essa proposta de flexibilização da lei. São Paulo é o coração do Brasil e isso traria mais investimentos para a cidade e opções de mídia qualificada para as marcas e as pessoas. Estamos torcendo muito para essa flexibilização”, diz.

João Batista de Oliveira, presidente da Central de Outdoor (Crédito: Divulgação)

Vale ressaltar que além do atual projeto, existe um trabalho realizado pelo Sepex-SP, que busca uma melhor adequação da mídia exterior na cidade de São Paulo. “Eles fizeram um minucioso estudo sobre paisagem urbana, uso do espaço, rarefação, economia geradora de receita para o município, e, também, apoio nas ações sociais municipais. Ou seja, um projeto bastante agregador entre o poder público e o privado, e que vem de encontro ao desejo do mercado anunciante que solicita impacto, não somente cobertura e frequência”, salienta Raul Nogueira Filho, sócio-diretor da Contato Brasil.  

Raul Nogueira Filho, sócio-diretor da Contato Brasil (Crédito: Divulgação)

Ainda segundo o executivo, que há mais de 40 anos trabalha no segmento, a aprovação, pelo menos nessa primeira instância, mostra que já está havendo consciência política em relação a proibição aprovada no passado. “A aprovação na primeira votação não quer dizer aprovado. Ainda há um percurso pela frente, mas mostra uma luz no fim do túnel, bem como a necessidade de São Paulo ter projetos publicitários digno de sua grandeza”, reforça.