Temos  de nos agarrar nessa boia que tantas vezes usamos, algumas até sem precisar, para levantar o ânimo de um país, cujo povo já foi considerado “o último feliz do planeta” pelo cineasta Pier Paolo Pasolini.

Falo da nossa seleção canarinho, independentemente do jogo de estreia na Copa da Rússia, que antes dele não chegou a empolgar a torcida do país. Muitos escreveram sobre isso, focando o problema unicamente nos jogadores, por não estarem mais entre nós no Brasil.

Permito-me discordar, propondo uma delicada inversão: parece que o Brasil é que não está mais entre nós. Não aquele Brasil no qual fomos criados e aprendemos a amar como o primeiro amor. O Brasil que parece ter se afastado dos brasileiros, é o país dos apátridas morais, outro tipo de gente cujo hino é cantado em nebulosas transações, como descreveu o poeta.

Essa minoria de patrícios que se juntaram para formar e defender uma casta de privilegiados do mal é a grande responsável pelas nossas atuais calamidades, que entre outras consequências nefastas conseguiram anestesiar grande parte da população.

O efeito paralisante foi e ainda é tão grande que, mesmo muito perto do início de mais uma Copa, seus efeitos foram sentidos. Tenho por mim que isso vai passar e os próximos dias responderão bem a esse desafio.

Não há mal nenhum em sairmos dessa crise, ainda que momentaneamente, diante da pátria vestindo novamente as chuteiras, como bem definiu em outro contexto o saudoso Nelson Rodrigues.

Esse momento de comemoração (e vamos, sim, comemorar muito) servirá de alarme para acordarmos, sem que seja preciso o beijo de um príncipe amado, como no inesquecível conto infantil.

Não será sequer preciso chegar ao pódio, para que se quebre esse maldito encanto. Bastará a alegria popular, da qual tantas saudades sentimos, para que o país desperte para o seu irretocável destino de gente feliz.

Dizer isso agora parece insulto, diante de tantos e tamanhos descalabros, que se sucedem não mais semana após semana, mas dia após dia.

Mas a chama que voltará a ser acesa pelo brilho que nos caberá nesta Copa dará início a uma nova etapa deste Brasil, que voltará a ser de todos os brasileiros e não apenas de uma casta de aproveitadores, que usaram e abusaram da nossa cordialidade.

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Um jovem repórter brasileiro, de sobrenome de origem distante, Thiago Uberreich, lançou a sua Biografia das Copas, com um subtítulo que autodefine a obra: O maior espetáculo da terra no rádio, na TV e nos jornais.

Em mais de 300 páginas fartamente ilustradas e com prefácio de Mauro Beting, o autor literalmente retrata todas as Copas, desde a primeira em 1930 até a dos “7 a 1” (como ele registra no sumário do livrão, referindo-se à de 2014).

Imperdível para quem gosta muito ou gosta pouco de futebol. Para quem não gosta, não recomendo.

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Outro livro que merece registro neste espaço do PROPMARK já está pronto e será lançado pela Editora Tag & Line (com impressão da Referência), sob o título de É o que parece!.

Prefaciado por Roberto Duailibi, da Academia Paulista de Letras, o livro contém o depoimento dos 61 membros do Grupo dos 100 Amigos, cada qual tendo selecionado um tema para dissertar.

A obra acabou se constituindo em um entrelaçamento de situações da atividade publicitária em nosso país, já que os seus autores foram e muitos ainda são militantes da mais otimista das atividades humanas.

O lançamento será na noite do próximo dia 28, no mezanino do Conjunto Nacional, na Avenida Paulista. Veja nesta edição.

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O publicitário Lucas Amadeu assumiu recentemente a área de publicidade do Terra, além de Vivo Ads, que ele já comandava.

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João Doria Neto e Luiz Fernando Furlan organizam jantar de comemoração dos 15 anos do Lide, a se realizar no próximo dia 28, em São Paulo.

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Um grupo de sete jornalistas do PROPMARK já se encontra na França para a cobertura de mais um Cannes Lions, que se desenrolará por
cinco dias seguidos durante a semana de circulação desta edição do PROPMARK, porém com um número maior de categorias concorrentes em relação a 2017.

O online do PROPMARK já está noticiando o que ocorre em Cannes e, na próxima edição do impresso, publicaremos uma cobertura completa dos resultados do mais famoso festival publicitário do planeta.

O PROPMARK cobre o evento há mais de 40 anos, quando ainda era realizado um ano em Veneza outro em Cannes.

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Este Editorial é em homenagem a Dalton Pastore, diretor-presidente da ESPM, cuja gestão está completando dois anos de profícuo trabalho de ampliação e transformação da tradicional escola, com unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda (aferrentini@editorareferencia.com.br).