Os desafios na busca pela sustentabilidade dos negócios foi um dos principais temas abordados durante Fórum Empresarial organizado pelo Lide, e que aconteceu na última semana em São Paulo. Dentro do assunto, abordado praticamente às vésperas da COP26, o que muito se falou no encontro foi sobre ser net zero, que significa zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050.

O net zero, no entanto, é apenas uma das iniciativas para frear o aquecimento global. Como acertado no Acordo de Paris, o objetivo dos países é assegurar que o aumento da temperatura média global não ultrapasse 2°C em relação aos níveis pré-industriais.

Presidente do SOS Mata Atlântica e membro do conselho da Natura, Pedro Passos afirmou que, para atingir essa meta, é preciso uma transformação no comportamento de toda a sociedade, além de empresas e de governanças. E isso, segundo ele, trata-se de um caminho sem volta. “Não vai ter empresa viva sem esse compromisso de diminuir suas emissões de carbono. Concordo que cada país possa ter sua própria estratégia, mas sempre como parte de uma coordenação global”, ressaltou.

Pedro Passos, da Natura: Brasil é fonte de matriz de energia limpa (Fotos: Alê Oliveira)

Ainda de acordo o executivo, atualmente, 44% das emissões de gases do Brasil são provenientes do desmatamento e incêndio, 28% da agropecuária, 19% de termoelétricas e 5% da indústria. “Nossa condição é totalmente diferente de outros países, pois o Brasil tem uma matriz de energia limpa, como a eólica, por exemplo”, disse.

E no entender de Passos, essa situação traz uma ‘grande oportunidade’ para os empresários. “Podemos fazer a transição para a emissão zero de carbono de uma forma mais fácil”, destacou.

RESPONSABILIDADE COLETIVA
A responsabilidade nessa missão é de todos, afirmou Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS, também participante do painel. “A sustentabilidade tem que ser estratégia da empresa, não apenas parte de uma estratégia”, afirmou.

A JBS é uma das empresas que lançou o compromisso de zerar o balanço de suas emissões de gases causadores do efeito estufa, reduzindo suas emissões diretas e indiretas e compensando toda a emissão residual.

Tomazoni, da JBS: ajuda aos fornecedores para ter o compliance ambiental

Parte importante dessa engrenagem, principalmente na JBS, os fornecedores também fazem parte do plano de ser net zero. “Até 2025 vamos ter todos os fornecedores na mesma linha de zero desmatamento”.

Segundo o executivo, a empresa criou escritórios verdes que têm o objetivo de apoiar os fornecedores a terem o mesmo compliance da JBS.