Respire fundo e prenda a respiração.

Respire fundo, bem fundo. Foi essa a minha sensação no SWSX 2018. Muito conhecimento e muita informação juntos ao mesmo tempo. É até difícil de escolher as palestras e painéis para participar. São pelos menos 200 atividades acontecendo ao mesmo tempo em vários lugares diferentes. Muito conhecimento, que acho que vou levar um tempo para digerir tudo.

De maneira geral, a edição 2018 do Festival o SXSW abordou temas que foram prioritários dentro da programação do evento como um todo. Destaque para como a produção de conteúdo para Virtual Reality (VR): várias empresas demonstrando usos ainda mais refinados do VR.

Um dos pontos altos do evento foi a aparição “surpresa” do Elon Musk: todo mundo parou para ouvi-lo. E o tema da nova corrida espacial ganhou protagonismo nas conversas do Convention Center, além de todas as outras inovações que Musk tem conduzido nas suas empresas. Pena que ele não tem muita presença de palco, deixou a desejar nesse quesito. Outro tema bem falado foram as “Fake News”, ainda que os painéis não foram tão legais assim para esclarecer as coisas e pautar a discussão com mais profundidade.

Um personagem que me chamou bastante atenção foi o ex-governador da Califónia, Arnold Swatezeneger. Eu ainda tinha uma imagem dele como no filme “Conan, o Bárbaro” –um bruto que não tinha conhecimento ou muita inteligência. Ele me mostrou um outro lado completamente diferente do que eu pensava. Um político que eu gostaria de ter no Brasil. Certeiro, direto, sem rodeios e ao mesmo tempo pareceu ter um jeito diplomático como se tivesse estudado no Instituto Rio Branco. Valeu a aula de entendimento do povo americano com ele. E no final ele ainda fez um jabá do próximo filme da trilogia “Exterminador do Futuro”.

Agora, para mim, de todas as palestras a que mais me chamou a atenção foi a do produtor musical Young Guru. Ele juntou o tema da produção musical com inovação e também com a conexão social de cada localidade. Ele tem uma visão de que não adianta apenas apostar na inovação de produtos, é preciso aplicar essa inovação nas empresas na prática. Não adianta colocar parquinhos ou comida de graça nas empresas se não prática elas não estão sendo inclusivas e de fato entendendo a cultura e respeitando o cada funcionário. Dá boca para fora é fácil, difícil é mudar internamente.

As sessões dos pitches do Accelerator são das melhores coisas que vi. É o lugar que realmente pode-se ver a inovação na prática. Pena que vários projetos não vão receber investimentos. Tinha muita coisa legal e que pode ganhar o mundo numa escala gigante.

Ouvir algumas previsões de inovação da boca do Ray Kurzweil foi uma das coisas mais legais para mim. Ele é um cara que eu sempre admirei e acompanhei, sai de lá pisando nas nuvens com tanta coisa legal que ele prevê num futuro próximo. Coisas boas virão –preparem-se.

Listo aqui alguns pensamentos para todos, inclusive para mim.

– Não compre o livro pela capa. Os títulos das palestras são ótimos e a grande maioria (das que eu fui) têm apenas um título bom e só;

 – Filas mentem. As filas grandes podem até parecer um show da Ivete Sangalo, mas na prática é apenas uma palestra qualquer, sem nada relevante;

 – Tem muita gente com ego inflado, que, na prática, não entrega nada (gente do mundo inteiro);

 – O “jabá” é institucionalizado e prática mundial. Em vários momentos ele passa do limite e fica bem ridículo.

 

E, por último, o meu “resumo do resumo”:

 – Elon Munsk is the man!;

– Arnold is the most clear mind politic men in the world;

– Young Guru for presidente;

– SXSW 2019, I’ll be back.

 

Mateus Braga é Diretor-Executivo de Criação da Isobar Brasil