Alguém precisa refrear o seletivo ímpeto denuncista da PGR (Procuradoria-Geral da República), cujos integrantes precisam entender que, neste exato momento, em vez de estarem prestando um serviço ao país, na verdade o submetem ao risco de nova paralisação na atividade econômica.

Alardear contra Temer novas denúncias, cujo teor, segundo vazamentos propositais ou não, tem um caráter menos explosivo do que a gravação de Joesley Batista, é colaborar para a manutenção de um clima de insegurança que em nada beneficia o país.

Deve-se levar em conta com muita clareza, que, ao contrário do que afirmaram alguns ineptos ao término da votação do último dia 2, na Câmara Federal, Temer não foi absolvido. Simplesmente não ocorreu a autorização, prevista pela Carta Magna, para que o presidente da República pudesse ser processado pelo STF.

O processo ficará paralisado até o término do seu mandato, sendo remetido à primeira instância judicial em seguida.

O dispositivo constitucional serve exatamente para evitar que a mais alta autoridade da República seja vítima de uma conspiração política. Daí o alto quórum necessário para que as diversas etapas do procedimento parlamentar se realizem, como vimos na última quarta-feira.

De nossa parte, não estamos aqui julgando o ato pelo qual o presidente da República viu-se denunciado pela PGR. Invocamos apenas o disposto na Constituição, elaborado não para proteger este ou aquele presidente da República, mas a própria República e a segurança jurídica, que em torno de si deve ter o seu mais alto mandatário.

Cumprida a Constituição e suspenso o processo contra Temer (sem que tenha sido absolvido ou condenado; isso é tarefa de magistrados), não podemos admitir que a PGR se comporte de forma inadequada, podendo a muitos parecer uma espécie de vingança, ao alardear a existência de novas “flechas” a serem disparadas contra Temer.

Os altos escalões da República – e a PGR é um deles – não podem se comportar como no início das carreiras profissionais dos seus integrantes. A meritória escalada que nelas realizaram, conduzindo-os graças à sua competência aos seus postos mais altos, impõe-lhes novas e mais cuidadosas obrigações e uma delas reside no compromisso com a estabilidade política nacional.

A PGR não pode se prestar nesse mister a pressões partidárias, sejam estas de qualquer origem. Em momentos de grande apreensão, como o que temos vivido ultimamente no Brasil, requer-se na mesma proporção uma grandiosidade de espírito e compreensão do que está em jogo.

E o que está em jogo, como sabemos, é o país, seu povo e o futuro fronteiriço de todos.

Vaidades, simpatias ou antipatias devem ser deixadas de lado, com o pensamento voltado para o que de fato interessa não apenas de forma legítima, mas também e principalmente de forma a colaborar com o desarmamento dos espíritos e a salvação das instituições.

 

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Temos menos de cinco meses para salvarmos o ano. É hora de agirmos com esforços redobrados, mesmo admitindo que assim temos feito desde sempre. O mercado precisa mais que nunca de empreendedores corajosos, capazes de colaborar de forma acentuada para a famosa reversão de expectativas.

Temos ainda, os mais experientes, a obrigação de mostrar aos jovens a importância de se interessarem pela política, em vez de virar-lhe as costas. O desinteresse dos bons estimula o apetite dos maus.

O país necessita renovar suas lideranças e isso ficou bem claro na tumultuada sessão de quarta-feira na Câmara dos Deputados, quando se percebeu, uma vez mais, a ausência de políticos jovens e, ainda pior, o aumento de parlamentares de baixo nível cultural representando a população.

Um simples microfone, em que o sujeito poderia se limitar a dizer sim ou não, mostrou-nos a maioria sequiosa para dar um recado ao seu eleitorado, com cortes nos “esses” finais das palavras, além de outras fraquezas gramaticais.

 

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O PROPMARK, no seu online, foi o primeiro da mídia a noticiar a contratação de Tite pela Samsung, como ator e modelo da sua campanha publicitária institucional e de produtos por um ano.

A presença desse importante “garoto-propaganda” nas mensagens desse anunciante vai valorizá-las de forma acentuada.

Crédito para as agências Cheil e Mutato, além da Samsung, que acreditaram e foram atrás, marcando um gol com um personagem raro no futebol brasileiro pela sua unanimidade.

 

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Publicitários brasileiros que frequentam o Cannes Lions sabem desde há muito o nome e sobrenome daquele nosso fotógrafo que também é unanimidade no meio: Alexandre Oliveira, o Alê.

O destaque em Cannes é porque Alê, nas diversas cerimônias de entrega dos Leões, consegue se posicionar nos melhores ângulos para as suas valiosas fotos.

Graças à imensidão dos seus créditos, Alê será homenageado pela ABA (Associação Brasileira de Anunciantes) com uma exposição do melhor dos seus jobs, no início do próximo ano, nas galerias do Conjunto Nacional (SP).

A iniciativa é de Sandra Martinelli, presidente-executiva da entidade, que trabalha de forma incansável para a repaginação da mesma.

 

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Nossos votos de boas vindas à Pullse, nova agência em atividade no mercado, dirigida pelo CEO Allan Barros, especializada em varejo e pertencente ao Grupo Artplan.

Bom momento para surgir, quando o país promete se recompor.

 

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Este Editorial é em homenagem a Orlando Marques, que assumiu o posto de chairman da Kantar Ibope Media.

Armando Ferrentini é presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda (aferrentini@editorareferencia.com.br).