Na semana passada, fui pegar o meu exemplar do novo livro do nosso guru Francisco Madia, garantindo meu autógrafo no lançamento. O Marketing Trends 2018 é o 20º da série Marketing Trends.

Ainda não terminei a leitura, mas já dá para notar o estilo do Madia de uma escrita leve, coloquial, sem deixar de se aprofundar em temas de grande interesse para qualquer marqueteiro ou profissional de comunicação que queira melhorar sua trajetória em 2018.

Diferentemente das plataformas de identificação de tendências que existem por aí, Madia não se preocupa em simplesmente relacionar tendências. Sua abordagem é fluida, recheada de cases muito interessantes. Nem preciso dizer que recomendo fortemente que você garanta o seu exemplar o mais rápido possível.

Eu, particularmente, me interesso muito pelo tema e sou um leitor e frequentador assíduo de eventos que tratem de tendências. Há anos assino a newsletter da plataforma internacional Trendwhatching.com (existe a versão gratuita que gera conteúdos muito bons), Springwise, WGSN e Singularity, entre outras.

Sigo também os posts do brasileiro Update or Die e sou um rato de pesquisas pela web sobre o tema. Como atuantes na economia criativa, é mandatório termos um radar ligado todo o tempo nos movimentos inovadores, nas tendências do comportamento humano e, principalmente, miríade de novas ferramentas e conceitos que surgem em ciclos cada vez mais curtos.

Por isso, considero imprescindível a leitura do novo livro do Madia, mas também
a dedicação de um tempo para deixar de lado as pendências (nós somos assolados todos os dias por elas) para identificar as tendências.

Bem, eu fiz isso, analisando as três principais tendências destacadas pelo Trend- Whatching para 2018. E agora divido com você. Vamos lá!

1- A-Commerce (Comércio Automatizado). Com a popularização da Inteligência Artificial, espera-se um aumento no número de aplicações que facilitem a compra dos usuários e também dos varejistas. Já começam a ser testadas lojas sem caixas, onde os clientes simplesmente fazem as suas compras e vão embora.

Por intermédio de sensores, suas compras são lançadas no cartão de crédito. Mas isso é pouco, há um aplicativo – o Digit – que simplesmente estuda seu comportamento de consumo e garante economia crescente através da sua interferência. A Amazon já tem o botão Dash, que permite que você faça sua compra com um só toque. Tem loja KFC testando o uso de reconhecimento facial do Ali Pay (do mega site Alibaba) para pagamento. Você simplesmente dá um sorriso para uma câmera e seu pagamento cairá via celular.

2- Assisted Development (Desenvolvimento Assistido). Ser um jovem adulto nos dias de hoje está cada vez mais difícil. Os empregos são escassos e o custo de vida assusta os jovens, que retardam a hora de sair de baixo da saia da mãe. Nos EUA, 15% de jovens na faixa etária de 25 a 35 anos moram com os pais. Eram 10% em 2000. Em Xangai, quase 20% dos homens de 28 a 37 anos de idade são solteiros.

Em 2005, esse percentual era de 12%. Não à toa que a data promocional de maior sucesso na China é o Dia do Solteiro. Isso abre espaço para novas soluções, não só de co-working, mas também co-living, como a da Loftium, que vende apartamentos atrelados a uma receita advinda do Airbnb. Qualquer solução que facilite a vida desses não tão jovens pode ter sucesso em 2018.

3- Virtual Companions (Companhia Virtual). A Gartner prevê que, em 2020, um ser humano terá mais diálogo com máquinas do que com seu principal companheiro ou companheira. Esse vazio existente nas relações virtuais poderá ser preenchido por outras relações virtuais, porém com mais envolvimento. Ou com você mesmo: o Replika, por exemplo é um chatbot AI projetado para se tornar uma imagem espelhada da personalidade do usuário.

O bot aprende sobre usuários através de perguntas a respeito de seus valores, aspirações e ao longo do tempo se torna uma aproximação cada vez mais real do ego do usuário. Bem, não sabemos se tudo isso será realidade em 2018, mas vale a reflexão.

Alexis Thuller Pagliarini é superintendente da Fenapro (Federação Nacional de Agências
de Propaganda) (alexis@fenapro.org.br)