1. Qualquer que tenha sido o resultado do jogo Brasil x Colômbia (este editorial foi redigido antes dele), já se percebe, embora ainda tênue, movimentação no mercado da comunicação comercial com o retorno de novos investimentos e o descolamento mesmo que parcial da Copa da Fifa.

Como se recorda, nas últimas semanas as queixas foram gerais (com as exceções dos envolvidos diretamente no grande evento do futebol mundial). O mercado, se não parou, diminuiu sensivelmente suas atividades, devido à soma de vários fatores, além da Copa da Fifa, que provocou inclusive a decretação de feriados em várias cidades-sedes dos jogos, todas importantes para o andar da economia nacional.

O principal deles já existia antes do Mundial, que são os fatores econômicos negativos e por consequência perturbadores, como a progressão da inflação, a queda do PIB nacional, a falta de estímulos oficiais à produção (os recentemente anunciados foram considerados de baixo poder de fogo pelos experts) e, porque não, também os resultados das pesquisas eleitorais, que têm mantido a presidente Dilma Rousseff na dianteira, com a vantagem de ligeira recuperação na última consulta (Datafolha), embora também registrando um empate técnico na soma dos demais concorrentes com o primeiro lugar por ela ocupado.

Voltando à melhora que começa a se apresentar, muito deve ter contribuído o fato da Copa da Fifa estar se desenrolando dentro de um clima amistoso e de intensa alegria. As esperadas manifestações de junho de 2013 praticamente não se repetiram, os estádios ficaram prontos (e, diga-se, bonitos e confortáveis), os aeroportos reformados idem e a população brasileira, cumprindo à risca a sua tradição, recebendo os estrangeiros com o carinho e atenção que a eles sempre dedicou.

Somos contra os que se aproveitam do clima atual para mais uma vez condenar a imprensa em geral, a ela atribuindo um certo terrorismo que não praticou.

Até acreditamos que as denúncias antes da Copa, as críticas ao que se encontrava em estado de atraso (obras), as observações sobre mazelas de todo o tipo, pressionaram o poder em busca de um basta à ameaça de termos um evento dessa magnitude comprometido por muitas desídias que eram percebidas a olho nu pela opinião pública.

Nesse particular, e mais uma vez, a imprensa cumpria a sua missão de combater e denunciar os erros, inclusive interpretando e traduzindo para as suas plataformas, o pensamento dominante naquele momento na maior parte da coletividade brasileira.

Não se pode negar, hoje, que a Copa está caminhando para o seu desfecho e com absoluto sucesso, que o movimento #nãovaitercopa obteve grande adesão popular em todo o país. A ponto, dizem, de surgirem os black blocs – que até hoje têm origem desconhecida, mas desconfiada – desqualificando aquelas manifestações inicialmente pacíficas e com gente do povo, descompromissada de ideologias políticas e até mesmo de vínculos partidários-profissionais.

No contexto da proposta editorial do propmark, que abrange todo o amplo espectro da comunicação comercial e tudo o que lhe influencia ou diz respeito, o leitor é testemunha do nosso otimismo sobre a boa realização da Copa, desde há muito. Até porque, desenvolvendo as suas atividades jornalísticas voltado para um mercado, embora amplo, muito específico, o propmark sempre procurou olhar e interpretar o grande evento mundial como fator de multiplicação de ações das diversas disciplinas do marketing, naturalmente procurando também sempre separar o joio do trigo.

O que se vê agora, nesta reta final da Copa, é um setor fortalecido, mas que deve urgentemente voltar à sua normalidade para possibilitar o ganho ou, ao menos, a luta pelo ganho de todos e não apenas de uma parcela reduzida de players.

Os anunciantes que não se aproveitam da Copa, pelos mais diversos motivos, sabem que a hora do retorno está chegando. O afunilamento das seleções dos países concorrentes contribui para o aumento de maior tempo e espaço nas mídias, o que, em outras palavras, significa, repetimos, o retorno à normalidade, condição essencial para democratizar a distribuição de oportunidades.

2. Desde quando o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) aprovou resolução vetando a publicidade voltada para menores de idade, tem crescido a onda contra esse tipo de comunicação comercial.

A proibição do Conanda, por si só uma excrecência, pois o órgão não tem função legislativa, é um atentado não apenas à liberdade de expressão comercial, como uma declaração implícita de descrédito ao Conar e a todo o mercado publicitário brasileiro, um dos mais respeitados mundo afora (Cannes que o diga).

Entende-se claramente nesse tipo de decisão do Conanda, um viés ideológico que a História explica. Até por isso, não podemos tolerar essa forma descabida de intromissão em um setor que atende os altos interesses do país (inclusive cuidando de contas oficiais) e que muito contribui não apenas para os cofres públicos, como, e principalmente, para apurar a nossa imagem diante do olhar de além fronteiras.

O exemplo disso está se vendo com a realização da Copa da Fifa no Brasil, onde os créditos que são expressos pelos visitantes estrangeiros ao nosso país e ao nosso povo são um moto contínuo e da melhor qualidade.

A propósito, quem pode negar não ter sido – e prosseguir sendo – a nossa publicidade galvanizadora desse sentimento, ao mostrar por meio da mídia o Brasil e os brasileiros sob múltiplas formas, todas absolutamente verdadeiras e sob aplausos e admiração geral dos gringos?

3. Aproveitando os bons ventos da Copa, embora a decisão do tema tenha sido bem anterior a ela – o que só confirma que o país não torceu contra o evento, mas sim contra o que poderia prejudicá-lo –, o Lide, presidido por João Doria, e a Editora Referência, promoverão de 15 a 17 de agosto, no Guarujá, ao 5º Fórum de Marketing Empresarial.

Dentro do Fórum, o seminário com importantes palestrantes discorrerá sobre “O Brasil no Mercado Global: Limites e Oportunidades”.

Nada mais oportuno como neste período do nosso país e do mundo, onde todos já nos conhecem e creem o suficiente para o estabelecimento de parcerias empresariais, para a compra e venda e tudo o mais que diga respeito ao planeta globalizado.

4. A Globo promoveu na última quinta-feira (3), no Palacete Modesto Leal, no Rio de Janeiro, o lançamento da próxima novela das onze, “O Rebu”, inspirada na obra de Bráulio Pedroso, com adaptação de George Moura e Sergio Goldenberg e direção de núcleo de José Luiz Villamarim, a ser apresentada em 37 capítulos ao público.

O protagonista da novela, Toni Ramos, foi o astro da noite nas Laranjeiras.

5. Embora o melhor da Copa da Fifa ainda esteja para acontecer, o título deste Editorial exprime o sentimento de dezenas de pessoas ouvidas pelo propmark nos últimos dias. Algumas até jocosamente entendendo que a Fifa sente da mesma forma.

Quem já amou, sabe o que é isso.

Este editorial foi publicado na edição impressa de Nº 2505 do jornal propmark, com data de capa desta segunda-feira, 7 de julho de 2014