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Jovens conectados nas telas 24 horas por dia, novas profissões pipocando, técnicas de aprendizagem se disseminando e relações com o trabalho completamente diferentes do modelo padrão, entre outras muitas mudanças, representam desafios para as universidades, que entraram agora na segunda fase de captação de alunos. As instituições têm apostado em campanhas que se valem de estratégias novas – reconhecendo que a influência de pais, por exemplo, mudou significativamente. Se no passado havia poucas opções de escolha e os pais eram fortes influenciadores, hoje os jovens têm acesso a muita informação e se valem do digital para pesquisar universidades e escolhas de carreira.

Em 2019, será o primeiro ano em que 100% dos alunos entrantes nos cursos de graduação da ESPM serão nativos digitais. Isso representa um desafio adicional: é um perfil de aluno,com novas expectativas e jeito de fazer suas escolhas. Nesse sentido, a conversa com os potenciais alunos começa enquanto eles estão no ensino médio. A universidade inicia a relação fornecendo conteúdo relevante, valendo-se do chamado “inbound marketing”. O conteúdo é educacional, sem marca, procurando estabelecer um contato que pode evoluir, finalmente, para entrar no radar do jovem como instituição.

Eduardo Motta, gerente nacional de marketing de produtos da ESPM, conta que estudos demonstram que a pesquisa e o processo decisório a respeito do curso e da universidade por parte de um jovem ocorre cerca de dois anos antes da escolha propriamente dita. Ao longo desse período, tudo pode acontecer, mas é nele que se encontram as grandes oportunidades. “Criamos um núcleo de conteúdo voltado para esse modelo de captação”, conta Motta.

Esforços junto a colégios e a realização de encontros para falar, por exemplo, de novos modelos de aprendizagem também fazem parte dos esforços. “Temos um núcleo de inovação pedagógica na ESPM que ensina novos métodos de aprendizagem, aberto a alguns colégios. Na nossa Jornada Digital, convidamos professores e pessoas de alguns colégios para participar.

São públicos que também estão dentro do espectro de influenciadores dos alunos. No ano passado, por exemplo, a ESPM reuniu no campus de São Paulo representantes de escolas de ensino médio e de cursos pré-vestibulares para discutir o fenômeno do aumento do número de suicídios entre adolescentes e jovens.

O evento O Jovem e a (Des)Esperança da Vida Adulta foi conduzido pelo professor e psicanalista Pedro de Santi.

Tudo mudou
Marcos Facó, diretor de comunicação e marketing da FGV, fala que o acesso a ofertas de todos os tipos no ambiente online levou as instituições a detalharem todos os seus programas nos mínimos aspectos. Inclusive, com testemunhais de ex-alunos e professores e o oferecimento de visitas virtuais.

Segundo ele, a instituição segue se valendo do tradicional FGV Day, cujos futuros alunos e pais visitam o campus, assistem a palestras e até uma aula modelo. Mas, hoje, 90% do investimento vai para plataformas em que se encontram os alunos potenciais. “Tudo mudou. Há um público totalmente diferente de anos atrás, e uma nova forma de engajamento e escolha”, comenta.

Davino Pontual, diretor de marketing da Universidade Veiga de Almeida, no Rio de Janeiro, pertencente ao grupo Illumno, afirma que o grupo vem ampliando seus investimentos em mídia digital e se valendo, em alguns países, de games e projetos no Spotify.

Junto a uma campanha publicitária desenvolvida pela agência Propeg, que se vale de mídias tradicionais como OOH e cinema, estão sendo feitos esforços também no Facebook, Google e em um evento de captação, no próximo dia 25 de junho, do qual participará o influenciador digital Léo Picon – que é youtuber, empreendedor, ator e criador da marca de roupas Just Approve.

O evento se chama Minha Carreira e terá a participação da executiva de RH Alessandra Nogueira e de Livia Kuga, líder de Talent Acquisition da Stone Pagamento. “Nossa ideia é também prospectar influenciadores no dia a dia, pessoas que se identifiquem com a nossa marca, para trabalhar por ela. Temos 35 mil alunos, somos a segunda maior instituição privada do estado do Rio. Dentro de casa temos influenciadores e queremos buscá-los para que eles possam falar de maneira mais autêntica como é a experiência de estudar aqui dentro”, explica Pontual.

Outro esforço é a criação de um e-book, em parceria com a Infoglobo, com depoimentos de diversas personalidades sobre como escolher a carreira e o curso superior. “É uma prestação de serviço. Uma nova maneira de apresentar a marca e se relacionar, agregando valor no processo. Saindo da propaganda convencional e mostrando nosso papel na sociedade”, destaca o executivo.

Outra novidade para atrair alunos é oferecer cursos de preparação para o Enem, que devem ser lançados no segundo semestre deste ano. A Wyden, uma das marcas da Adtalem Educacional no Brasil, com instituições no Norte, Nordeste e Sudeste, criou a plataforma Enem Action, que apoia o estudante com uma combinação entre simulados, conteúdo personalizado, videoaulas e e-books. Atualmente, o Enem Action tem mais de 250 mil inscritos. Natacha Núncio, diretora de marketing da Adtalem Educacional, explica que a iniciativa de criar uma plataforma de preparação para o Enem está alinhada ao propósito da marca, que é “empoderar os alunos para que alcancem seus objetivos”.