Responsável pelo monitoramento digital das manifestações que levaram milhares de brasileiros para as ruas do país nos últimos anos, a empresa Numbr se tornou especialista em colher dados nas redes sociais. Na época, seu cliente era o próprio governo federal, por meio da Secom (Secretaria de Comunicação Social). “Fomos a fundo no monitoramento de redes cobrindo as manifestações, com uma operação diária montada em Brasília. A gente tem uma robustez grande nesse mercado”, conta André Rossi, sócio e diretor de marketing da Numbr.

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Criada há cerca de três anos, a empresa nasceu atendendo principalmente clientes da área pública e no último ano voltou-se para o setor privado, por acreditar que o marketing nunca precisou tanto de análise de dados como agora. A Numbr reforça que o fenômeno dos dados é acompanhado pela multivariedade de canais, de maneiras de acionar o público.

Para Caio Simi, sócio e diretor de tecnologia da Numbr, a utilização dos dados para a tomada de decisões ainda é algo novo para o marketing. “O que a gente está fazendo, de pautar decisões por dados, não é mais novidade para o mundo, mas ainda é algo novo para o marketing. O setor nunca teve uma formação tão quantitativa, porque nunca tinha precisado. À medida que aumenta o leque de canais de contato com o consumidor, é preciso calcular mais o risco do investimento”, avalia o executivo. “Queremos democratizar a discussão sobre dados no mercado”, disse Rossi.

A Numbr, que está posicionada como uma empresa de data science, é estruturada em três verticais. A primeira delas é de pesquisa e monitoramento de mercados; a segunda frente é de enriquecimento de dados e a terceira vertical é de modelagem de dados. “Nesse caso, pegamos dados para criar modelo estatístico, geralmente preditivos, com alguma finalidade, como o case que desenvolvemos para a Chilli Beans para analisar as vendas da marca nas 200 cidades do país que têm lojas”, destaca Simi. “A gente bebe da fonte do big data para modelar dados e entender comportamento dos consumidores”.

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Estimativas de mercado apontam que o mercado de tecnologia em geral deve crescer 4,5% no Brasil. Mas não há uma mensuração específica sobre o uso de dados. “Data science é tão novo que não existe uma mensuração do mercado, não tem legislações específicas sobre o que podemos fazer com os dados públicos. Existem mil interpretações do Marco Civil da Internet que mostram como a gente pode trabalhar”, diz Simi.

Na opinião do executivo, o uso de dados é o futuro não porque inventaram agora, mas porque temos dados hoje que não tínhamos dez anos atrás. “Então, por que não usar?”, indaga ele.

Outra observação é que a maioria dos anunciantes, ‘por incrível que pareça’, não sabe o que dá para fazer com os dados. “A gente percebe que o cliente está mais atrasado nessa discussão do que a oferta de empresas, agências que existem no mercado e estão falando sobre isso. Estamos tentando ensinar o mercado. Dizer para o CMO que estatística pode parecer um pouco complicado, mas há softwares que resolvem esse problema”, pontua o diretor de tecnologia da Numbr.