Now! Essa é a pergunta que não quer calar. O mundo político disruptou. Esse sim, disruptou de verdade. Nas diferentes partes do mundo. E, de repente, deu Trump. E quase todos acreditavam, sem muita animação, que Hillary era pule de 10. Não foi. Trump e seu Twitter. O “maluco e topetudo” fez o passarinho voltar a cantar. Emmanuel Macron era um ilustre desconhecido, mundialmente; razoavelmente conhecido, localmente; e, absurdamente jovem. 39 anos. Para muitos, mais famoso por caminhar com uma “senhora” ao seu lado – sua mulher, 24 anos mais velha, que fora sua professora. A sua Brigitte. Brigitte Trogneux, 63 anos. Em menos de 24 meses, de quase desconhecido a novo presidente da França, massacrando todos os demais adversários.

Menos de um mês depois seu partido, A República em Marcha, ainda cheirando a tinta e com pouco mais de um ano de existência, opera um massacre ainda maior. Das 577 cadeiras da Assembleia Nacional da França, conquista 355. O velho Brasil agoniza. Tomara. Deve. Precisa. Existe o risco de recaída? Não, definitivamente não existe. Vivemos o ressurgimento. O quarto ambiente – este, o primeiro criado pelo homem, a digisfera –, finalmente, começa a revelar o tsunami que está produzindo na biosfera.

Enquanto os políticos tentam se salvar das bandalheiras das últimas três décadas, o mundo gira e a Lusitana roda. Leva dentro a mudança. Dentro e fora. E não há quem impeça sua marcha. Em 15 meses, elegeremos o primeiro presidente da República do novíssimo Brasil. Quem será? Mínima ideia. Talvez o João Doria? Pode ser. Mas meio desgastado, combalido, uniformizado e datado. “Mes félicitations au Président Macron por sa victoire!”, manifestou-se. Ele, João, 59, para Emmanuel, 39. Talvez, tenha passado seu tempo? Ou não! Neste exato momento, os formadores de opinião se movimentam nos Estados Unidos. Enquanto Trump não se destrói pelo festival de impropriedades e estultices – chegará lá –, tudo o que mais os preocupa são as eleições de 2020. Reeleger Trump nem por meio cacete.

Democratas olham para seus quadros e só veem ela, Hilary. Definitivamente não vai dar pé. De novo? E se não ela, quem? Não tem. Correm para o ambiente corporativo. Se for homem, Howard Schultz, Mr. Starbucks; Mark Cuban, Dallas Maverick Owner e celebridade no Shark Tank; ou, ainda, Bob Iger, Disney CEO. Se mulher, e por enquanto, Ophrah Winfrey. É o que nos aponta, numa primeira rodada, a revista Fast Company. De certa forma, em diferentes lugares do mundo, diferentes pessoas chegaram a uma mesma e única conclusão. Anunciada ao mundo décadas atrás por Charles de Gaulle: “A política é um assunto sério demais para ser confiada aos políticos”. Ao menos, para os políticos do mundo velho.

E enquanto não construirmos uma nova classe política, e, como estepes, profissionais e empresários competentes, íntegros, consagrados. Definitivamente nem o mais sensível dos humanos é capaz de imaginar o Brasil de amanhã. 2050, não, 2020. O Brasil e o mundo. As infinitas mudanças originárias e decorrentes do microchip 4004 da Intel de 1971, adensam-se e aceleram-se. E é com esse espírito e perspectiva que devemos encarar os nossos desafios, brasileiros, até o fim desta década. Se sustentando na pinguela, como recomendou FHC; se necessário, nadando; mas sem considerar por uma única fração de segundo recorrer a velhas e lamentáveis soluções que nos trouxeram mal e precariamente até aqui, mas que não nos levarão a lugar outro que não seja à destruição total. É tudo o que eu consigo ver. E basta. Não necessário e insuficiente, mas o que temos para hoje. Como Elvis traduziu e cantou no Sole Mio, “It’s Now Or Never”. Tô dentro!

Francisco Alberto Madia de Souza é consultor de marketing