As transformações do digital impuseram novo ritmo ao negócio da comunicação, sobretudo, na mídia impressa, que ganhou fôlego, tem se reinventado e proposto formatos e soluções de conteúdo em busca de mais relevância. Para discutir tendências e gerar insights sobre esse universo multiplataforma e como o impresso está inserido, profissionais de marketing, comunicação e mídia se encontram, nesta quinta-feira (19), em São Paulo, para o 3º Print Summit.

“No mundo moderno, temos que admitir as novas tecnologias, mas também reconhecer que plataformas tradicionais não morrem, se aperfeiçoam, se convergem e continuam evoluindo em busca de novos públicos”, ressaltou Armando Ferrentini, presidente da editora Referência, que edita o jornal PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda.

Alê Oliveira

O evento tem realização da editora Referência e a idealização da Abro (Associação Brasileira de Empresas com Rotativa Offset) e do Sindigraf-SP (Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo), e traz também debates sobre performance, conteúdo e tendências do mercado.

Na palestra de abertura, Ernesto Bernardes, diretor de Projetos Especiais do Estadão, falou sobre a importância do impresso em um mundo multiplataforma, destacando que em um contexto em que as pessoas têm uma realidade de consumo digital 24/7, há espaço para que o impresso se insira com propriedade e criatividade.

“A gente acorda já recebendo um monte de mensagens e passamos o dia inteiro multitelando. Desde o OOH até o celular, somos impactados o tempo todo. Onde fica o impresso nesse universo?”, destacou o executivo, citando em seguida exemplos de como trazer aprendizados de uma plataforma para outra. “O impresso tem usado com inteligência pegadas do digital. O humor, por exemplo, funciona muito bem. A lógica do meme, já consagrada na web, pode funcionar no impresso”, ressaltou o executivo, citando o case do jornal Der Tagesspiegel.

O veículo alemão estampou na capa a imagem de Donald Trump e empilhou dezenas de edições impressas uma em cima da outra dando a ideia de que o presidente norte-americano “falava demais”. A campanha ganhou o Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions neste ano.

 

Outro fator para utilizar o DNA do digital com relevância, segundo o executivo, é observar a jornada do consumidor. Dessa forma, os veículos conseguem oferecer conteúdo no momento que o leitor está mais apto para receber as mensagens. “Nossos leitores já acordam com o jornal na porta, mas também recebem as notícias pelo aplicativo, ao longo do dia, no celular ou no desktop. Às 16h, temos pico de mobile. Já o impresso, no café da manhã, que é o momento em que o consumidor tem maior volume de tempo disponível”, diz.

Para Bernardes, um dos maiores trunfos do impresso é cultivar uma audiência altamente fiel. O desafio é migrar essa confiança e credibilidade para todas as plataformas. “O leitor do impresso é muito fiel. Uma vez que ele adquiriu o hábito de leitura, ele não o abandona”.

Alê Oliveira

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