Mínimo de 13 dias, e máximo de 23. Essa é a única previsão que temos ao pegarmos o avião para cobrir as Finais da NBA. Todas as nossas programações, emissões de passagens e criações de pautas giram em torno dos resultados dos jogos e, principalmente, em quantas partidas a série será decidida.

Sou Matheus Cobucci, jornalista da ESPN, e neste exato momento estou no aeroporto de Toronto aguardando a hora do embarque para retornar para San Francisco, onde teremos o sexto jogo entre Raptors e Golden State Warriors. Na segunda-feira (10) minha ansiedade estava a mil para saber qual seria meu próximo destino: São Paulo ou Califórnia. Meu desejo, desde que embarquei, era de termos sete jogos, porque quanto mais emoção melhor, claro! Mas meu corpo chegou a pedir arrego na metade do dia e, uma voz lá fundo queria que o título saísse naquela noite, o que não aconteceu, ainda bem!

É um negócio muito louco isso de ‘arruma mala, desfaz mala, passa em imigração, check-in, treinos e jogos’ num espaço tão curto de tempo. Por muitas vezes, acordei pela manhã sem lembrar direito em qual país eu estava. Não é nada fácil relacionar nosso horário local com o de Brasília. Em Oakland, por exemplo, estamos quatro horas atrás.

Aqui, estamos num time de seis pessoas: eu, Romulo Mendonça, Paulo Antunes, José Renato Ambrósio, Brunno Coppini e Raphael Corrêa. Além de, claro, todo o suporte necessário da nossa equipe no Brasil. Conseguimos produzir conteúdo para a televisão, site e mídias sociais da ESPN em tempo real, matérias especiais, vídeos de bastidores e de olho em todas as oportunidades que possam aparecer.

Finais da NBA fazem barulho e empolgam o mundo inteiro, então é ‘normal’ encontrar celebridades como Snoop Dogg, Thierry Henry, Rihana e, claro, Drake, pelos corredores atrás das arquibancadas (sim, cruzei por eles algumas vezes). E o acesso que temos aos jogadores é impressionante, já que além de algumas entrevistas coletivas, podemos entrar nos vestiários momentos antes dos jogos e também na comemoração do título.

Até agora, para mim, o momento mais marcante da viagem foi o primeiro contato com os torcedores do Toronto Raptors no ‘Jurassic Park’, estrutura montada com palco e telão do lado de fora da arena para quem não conseguiu ingresso. Empolgação de Copa do Mundo. Placas, faixas, gritos e cerveja para todo lado. E ao mesmo tempo que se tem a insanidade da torcida, a organização e preparo para tomar conta disso tudo também se destaca.

O basquete não é o esporte número um dos canadenses, mas pode ter certeza que a marca ‘NBA’ nunca esteve tão presente no país. É possível encontrar faixas com ‘We The North’, lema dos Raptors, espalhadas por todo canto, além de ver ativações como desafios de arremessos, comparações com os tamanhos dos jogadores e distribuição de brindes por onde passar em Toronto.

É a segunda vez que venho para essa cobertura e me impressiono como se fosse a primeira. Muito por conta da imprevisibilidade dos jogos e nossas demandas.

O que eu quero para o fim da série? ‘Apenas’ chegar ao sétimo jogo. Quem vai vencer, nessa altura do campeonato, é o fã de esportes, sem dúvida. E eu achava que teríamos menos emoção por não termos LeBron James… Ainda bem que me enganei.

Matheus Cobucci é jornalista do canal ESPN.