O presidente Jair Bolsonaro criticou a Folha de S.Paulo e sugeriu um boicote de anunciantes à publicação. A manifestação pelo Twitter aconteceu após uma reportagem sobre investigação de caixa 2 em sua campanha.

No último domingo (6), ele escreveu na plataforma que o jornal “transformou-se num panfleto ordinário às causas dos canalhas” e que se surpreende com patrocinadores que anunciam “nesse jornaleco”.

Créditos: Antonio Cruz/Agência Brasil

“A Folha avançou a todos os limites, transformou-se num panfleto ordinário às causas dos canalhas. Com mentiras, já habituais, conseguiram descer às profundezas do esgoto”, escreveu.

No mesmo post, ele fala sobre a matéria e justifica. “Na matéria o tal assessor disse que “acha que parte dos valores foi usada para pagar material de campanha de Bolsonaro. Não usei dinheiro de fundo partidário. Foram R$ 1,7 bi distribuídos aos partidos. Arrecadei R$ 4 milhões e usei apenas metade. Tentei doar a sobra de R$2 milhões para a Santa Casa de Juiz de Fora, mas a legislação não permitiu”, justificou.

Em seguida, ele se referiu às empresas que anunciam na publicação diária. “O que mais me surpreende são os patrocinadores que anunciam nesse jornaleco chamado Folha de São Paulo”.

No mesmo dia, o chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da presidência, Fabio Wajngarten, também usou as redes sociais para tratar do assunto. Pelo Instagram, ele falou de “fakenews” e pediu “consciência” dos anunciantes ao analisar os veículos para preservar “suas marcas”

“Parte da mídia ecoa fakenews, ecoa manchetes escandalosas, perdeu o respeito, a credibilidade a ética jornalística. Que os anunciantes que fazem a mídia técnica tenham consciência de analisar cada um dos veículos de comunicação para não se associarem a eles preservando suas marcas”, postou.

ANER e ANJ repudiam ação de secretário
Em nota, a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) condenaram a manifestação de Wajngarten.

Além de repudiar as afirmações sobre “fakenews”, as entidades repudiam “a conclamação feita pelo secretário” para que “anunciantes que fazem a mídia técnica tenham consciência de analisar cada um dos veículos de comunicação para não se associarem a eles, preservando suas marcas”.

“A Aner e a ANJ lamentam ainda a visão distorcida do secretário sobre mídia técnica, o que é preocupante, vindo de quem tem a responsabilidade de gerir recursos públicos de publicidade”, escreveram.