Maurício Sherman, um dos pioneiros da TV no Brasil – como ator, produtor e diretor, morreu na manhã desta quinta-feira (17), aos 88 anos.

Informações do G1 relatam que Sherman morreu em casa, na Zona Sul do Rio, de complicações decorrentes de doença renal crônica.

Sherman trabalhou para emissoras como Tupi, Excelsior, Bandeirantes e Manchete – onde lançou Xuxa e Angélica.

Na entrevista abaixo, ele fala das apresentadoras infantis:

Formado em Direito na Universidade Federal Fluminense, Shermann dedicou a vida à televisão. Nascido em Niterói, em 21 de janeiro de 1931, aos 13 anos já participava de peças amadoras para logo atuar em espetáculos com atores como Alberto Perez e Nathália Timberg. Em 1949, conheceu Fernanda Montenegro, Chico Anysio e Fernando Torres ao entrar para a equipe da Rádio Guanabara, de onde sairia dois anos depois para dar início à trajetória televisiva na TV Tupi. Foi em 1954, depois de dois anos na TV Paulista, onde representou clássicos de escritores nacionais e internacionais, como William Shakespeare e Guimarães, que ele voltou à TV Tupi no Rio de Janeiro, onde ficou por uma década: uma de suas atuações mais memoráveis foi no “Sítio do Pica-pau Amarelo”.

Sua jornada na TV Globo começou em 1965, com a estreia na direção do “Espetáculo Tonelux”, musical que contava com Marília Pêra e Gracindo Jr, entre outros, e recebia cantores da Jovem Guarda. No currículo, ainda estão sucessos como os humorísticos “Riso Sinal Aberto” e “Bairro Feliz”. Entre outras breves passagens pela TV Tupi, Shermann retornou à Globo e participou da criação do “Fantástico” e dirigiu programas históricos, como “Chico Anysio Show” e “Os Trapalhões” por dois anos. Em 1988, depois de outras experiências profissionais, retornou à emissora, onde ficou por 12 anos e ocupou diversas funções. Foi diretor de núcleo, diretor musical, diretor de Projetos Especiais e diretor da área de controle de qualidade.

Ao longo deste período, esteve no comando de atrações marcantes, como o especial de 25 anos dos Trapalhões, com duração de 25 horas e participação do elenco completo da emissora. Foi ainda responsável pela direção das vinhetas de fim de ano da Globo, tendo sido premiado no ano de 1992, com os vídeos que mostravam atores, apresentadores, comediantes e jornalistas passando a mensagem “Tente e invente, faça um 92 diferente”. Nas décadas seguintes, foi supervisor do Vídeo Show, transformando o programa em uma atração diária. Também foi diretor do humorístico Zorra Total e do Domingão do Faustão.

Shermann se aposentou em 2017, depois de dirigir por 16 anos o “Zorra Total”, um de seus últimos trabalhos na TV.