O e-Sports vem ganhando cada vez mais terreno no país – e a discriminação também. Relatos de cyber-atletas se acumulam e aquecem o debate, levando inclusive a quebras contratuais a partir de manifestações racistas. Com o objetivo de dar luz ao tema, o ge lançou uma campanha de três filmes para conscientizar sobre a importância da denúncia contra este tipo de crime e para promover a diversidade no universo de e-Sports. 

Na peça de estreia, avatares transportam o público para dentro do cenário gamer, com o intuito de simbolizar os ataques sofridos na internet, muitas vezes cometidos por pessoas que escondem suas identidades atrás de perfis virtuais. Os filmes incluem também depoimentos de jogadores negros que relatam ataques que já sofreram no ambiente online.

“Vemos recorrentemente casos de racismo vindo de jogadores que se escondem atrás de um avatar. É fundamental deixar explícito que ambientes virtuais não são locais em que tudo é permitido. Manter uma conduta antirracista é, antes de tudo, entender como o racismo opera na nossa sociedade. O esporte é uma excelente ferramenta de combate, pois ele chega a todo mundo. Como o ambiente de e-Sports tem muitos jovens, temos a oportunidade de plantar a semente da consciência ainda cedo”, destaca o jornalista Marcos Luca Valentim, um dos fundadores do podcast Ubuntu Esporte Clube, que traz uma visão afrocentrada sobre o esporte, cultura e política, passando também pelos jogos eletrônicos. 

Marcos destaca ainda a importância do envolvimento da sociedade em ações de engajamento para mudar o cenário de preconceito e falta de inclusão. “Ainda faltam os acessos para que mais pessoas negras possam frequentar esses espaços com qualidade. Há chaves para mudar isso, e o investimento em projetos sociais é um desses caminhos”, completa Marcos.