Com um portfólio que inclui TV aberta, canais pagos, rádios e digital, o Grupo Bandeirantes deu velocidade às suas decisões estratégicas com a formalização da spin-off Vibra cuja proposta é trazer mais tecnologia e inovação para programação e geração de conteúdo. Lançada em 2020 em meio à pandemia, a plataforma é responsável pelo app BandPlay, ainda em fase de implantação.

“Disponibiliza conteúdos da TV aberta e das emissoras de rádio do grupo. Os canais de TV por assinatura da Newco, empresa do Grupo Bandeirantes, também estão com seus aplicativos sendo lançados no mercado, inclusive com os canais ao vivo. O canal Arte1, por exemplo, está finalizando os detalhes para lançar o seu novo aplicativo próprio, o Arte1 Premium, que estará disponível em todas as plataformas (OTT e Smart TVs) e sistemas operacionais Android e iOS. Com isso, o Arte1 se consolida como um espaço único, inclusive para espetáculos culturais ao vivo, além da sua rica produção de conteúdo de arte e cultura do canal. Apostamos na segmentação nos nichos como um diferencial comercial para este projeto”, explica Caio Carvalho, diretor-executivo de comunicação e assuntos corporativos do grupo de mídia.

Além de suporte às estratégias digitais, a Vibra também pode atender clientes externos. A ideia é manter o direcionamento para a transformação digital, que envolve o streaming.

Caio Carvalho fala que streaming propicia sofisticação (Divulgação)

“Há alguns anos já observávamos o streaming ganhando espaço. A pandemia apenas acelerou esse crescimento, que por vezes questiono. Até que ponto esse crescimento e essa oferta excessiva vão criar para esse mercado on demand? O hábito de assistir a conteúdos por streaming já se fixou na rotina da maior parte dos brasileiros, não acreditamos que vai retroceder mesmo no pós-pandemia. O que acredito é que haverá uma escolha seletiva em cima de tematização e dos gostos dos assinantes. Não acredito que haverá espaço para todos”, questiona Carvalho, que considera o streaming uma realidade “irreversível”. Carvalho acredita que é alternativa para o consumo de conteúdo e meio para sua distribuição on demand.

“O streaming é uma forma a mais de expandir a operação em todos os meios disponíveis, já que somos um grupo multiplataforma. Há tempos estamos cientes, por exemplo, do grande valor que nosso acervo tem na história do audiovisual brasileiro. No ano que vem, completamos 85 anos, sendo 55 anos de TV aberta e 85 anos de Rádio Bandeirantes. Somos constantemente procurados por produtores, documentaristas e instituições interessadas nos programas e conteúdos históricos que possuímos. É um grande ativo que temos nas mãos, que no modelo atual de TV não tinha muito espaço, porém tudo muda quando falamos de streaming. Estamos hoje com um tesouro nas mãos sendo lapidado. Dar espaço para a valorização da nossa memória se tornou parte dos nossos planos, além de várias outras novidades que planejamos com exclusividade para a plataforma. Nesse momento, a Band trabalha com roteiristas que possam transformar essa riqueza do acervo em séries e documentários exclusivos do grupo”, prevê Carvalho.

O streaming muda a formatação dos projetos comerciais da emissora, como transmissões esportivas e teledramaturgia? Carvalho responde: “O streaming, na verdade, propicia sofisticação e inovação na formatação dos projetos comerciais. A Vibra já trabalha com projetos comerciais customizados em parceria com marcas voltadas exclusivamente para o digital.”